Simplesmente solte o peso do seu corpo
e entregue-se... Permita-se relaxar.
Observe uma respiração natural, sem
nenhuma tensão ou opressão no peito.
E lenta, lentamente volte sua atenção
pra dentro.
O
mestre Zen Ma Tzu diz:
Cada
ser humano é simplesmente ele mesmo, nem grande nem pequeno, nem belo nem feio
– porque a grandiosidade e a pequenez vêm a partir da comparação. Cada um é
simplesmente ele mesmo.
Perceba... É a relatividade
(comparação) que torna algumas pessoas grandes, notáveis, famosas e célebres.
Algumas pessoas vivem na obscuridade, algumas são simplesmente ninguém. Isso é
relativo, do contrário todo mundo é simplesmente ele mesmo, não faz qualquer
diferença. A questão da desigualdade não surge; todos são únicos. A pessoa que
é ninguém está feliz em seu estado de ser ninguém. Mas este conceito de
relatividade acaba deixando as pessoas malucas. Todo mundo está tentando subir
mais alto na escada, para tornar-se alguém especial.
Mas se você for comparar, se for olhar
em volta, encontrará milhares de pessoas que o tornarão inferior. E você não
pode fazer nada a respeito. Você não pode ser o maior dançarino, o maior
matemático, o maior poeta, o maior pintor; você não pode ter todas as
grandiosidades do mundo ao mesmo tempo.
Então a própria ideia de pensar em
termos de relatividade (de comparação) entre seres humanos é absurda. Você é
simplesmente você mesmo. Simplesmente seja autenticamente você mesmo, sem
qualquer comparação. E, então, nenhuma inferioridade surge; nenhuma
superioridade surge. Você está simplesmente relaxado como você é. E em tudo
aquilo que você faz, você dá o melhor de si, com alegria e criatividade.
Seres humanos são únicos. O que você
precisa é trazer sua potencialidade para a sua totalidade, para a sua
profundidade... E chegar ao florescimento. O que importa é o florescimento,
trazer sua potencialidade para sua altura suprema.
E isso trará para você alegria e paz...
Um descanso, um relaxamento com o universo. Você estará em sintonia, e não
haverá agitação em sua mente – como se tornar isso, como se tornar aquilo.
Como ser a pessoa mais rica, a mais
famosa – tudo isso é lixo; e isso leva milhares de pessoas à loucura,
desnecessariamente à loucura.
Elas poderiam ser as pessoas mais
belas se estivessem satisfeitas com elas mesmas, sem qualquer comparação com
ninguém... essa é a única maneira de uma pessoa poder ser psicologicamente saudável.
A todos é permitido beber da fonte de
Buda e saciar sua sede. Não existe sacerdote no budismo – não há necessidade de
sacerdote. Ele é um obstáculo, não uma ponte. Você próprio pode ser um Buda
(ser consciente), simplesmente indo pra dentro de você mesmo. Para isso, nenhum
sacerdote é necessário.
A partir desse momento, observe uma
respiração natural, sem nenhuma tensão... Não crie resistências; não tente
controlar nada... Simplesmente deixe ir... E lenta, lentamente volte sua
atenção pra dentro. Mais e mais fundo...
Quando você vai pra dentro, não há
leste, oeste, norte ou sul; há apenas um puro espaço em todas as direções. Você
vai em direção às suas próprias raízes e pela primeira vez você tem a
oportunidade de perceber que por todas essas muitas vidas seus olhos o
enganaram, pois eles o mantiveram apegado aos objetos do lado de fora. Eles não
estavam permitindo que você entrasse em você mesmo. Você foi mantido envolvido
em algo de fora – (perceba...) dinheiro, conhecimento, respeitabilidade.
Existem milhares de maneiras de mantê-lo
envolvido de tal modo, que você não se volte pra dentro. A vida tem sido
conduzida pela sociedade de tal maneira, que desde o princípio você é forçado a
permanecer envolvido. E isso se torna um hábito.
Se você não tiver nada pra fazer, o
que você faz? Você encontra algo pra fazer – ligar a televisão, ligar para
alguém, ler um jornal, uma revista... E você perde a oportunidade de ficar
alguns minutos com você mesmo, voltando sua atenção pra dentro, esvaziando a
mente de tanto barulho e observando um pouco o silêncio.
Quando a mente está vazia seu coração
se esvazia. Mas a mente está repleta de conhecimento. E esse conhecimento
emprestado é a maior barreira impedindo você de reconhecer sua verdadeira
natureza – o ser consciente.
Em nossas meditações estamos fazendo
exatamente isso... Estamos esvaziando sua mente e deixando seu coração
completamente vazio. Somente um coração vazio é capaz de entrar em sintonia com
o coração universal. A partir desse ponto, a vida se torna uma completa
celebração.
Então, desprenda-se da informação e
caminhe em direção a transformação.
Silencie seu ser...
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