Respire suave e profundamente
A cada inspiração vá mais fundo em seu
espaço interior...
E observe um lugar sem formas, sem
fronteiras, sem limites – um espaço sem som, puro silêncio.
Lenta, Lentamente procure penetrar
esse estado de ausência da mente.
Deixando sua mente de lado, você
penetra um vazio profundo e entra em sintonia com todo o universo... Você deixa
de lutar, deixa de criar resistências e apenas flutua com ele... Neste vazio da
ausência da mente, você começa a desenvolver a compaixão, o amor, a
humildade... e o ego se dissolve.
Saiba que esse é um caminho solitário
– você não encontrará ninguém além de você mesmo. Em sua solitude você é belo,
puro. Mas isso não significa que você precisa renunciar ao mundo - você precisa
pertencer ao mundo, mas seja simplesmente um espelho, uma testemunha,
observando tudo que esteja acontecendo sem se identificar, sem se envolver
emocionalmente.
Esse momento é uma boa hora para
cultivar a espiritualidade. E a maneira de cultivar a espiritualidade é a
meditação – toda meditação traz seu pequeno rio da vida para o grande oceano da
existência...
O
mestre zen diz:
A
não mente é o caminho... A mente se torna a não mente se ela estiver vazia.
Ouça
cuidadosamente essas afirmações muito importantes:
A não mente não é alguma outra
entidade. Ela é a mesma entidade que a mente; a diferença é se a mente está
cheia ou vazia de pensamentos. Se vazia, é a não mente; se cheia, é a mente.
Isso significa que para se tornar um
Buda, um ser consciente, você terá que esvaziar a sua mente de todos os seus
conteúdos.
Essa é uma afirmação muito bela, a de
que o Buda e o caminho são praticamente iguais. À medida que você percorre o
caminho, você se torna, a cada dia, centímetro por centímetro um buda – um ser
consciente É como uma escultura: se você estiver fazendo uma estátua, você não
pode fazê-la completamente em um só golpe. Para cortar o mármore na forma
desejada você terá que tirar, pedaço por pedaço, tudo o que não for necessário.
E isso é exatamente o que você está
fazendo com você mesmo. Nas meditações, a cada dia, você está abandonando algo
e ganhando outro algo mais profundo em seu ser. Você está abandonando algum
pedaço do mármore e deixando clara pelo menos um pedaço do buda – do ser
consciente.
Lentamente, todo o Buda (o ser
consciente em seu interior) surge em sua totalidade – em sua essência –, e
nesse momento você desaparece. Nesse momento apenas Buda (O ser consciente)
permanece em você, você é o buda.
O caminho, o viajante e o destino são
apenas diferentes estágios do mesmo fenômeno.
Todas as noites, em todas as
nossas aulas, estou determinado a torna-lo um ser consciente – um Buda -, você
querendo ou não.
Que sujeito travesso esse Buda! Vinte
e cinco séculos depois de Gautama Buda, as pessoas ainda estão quebrando a
cabeça para tornarem-se conscientes. E pelo tempo que o ser humano existir
sobre a terra, este permanecerá um assunto enigmático, porque ninguém mais, em
todo o céu da consciência, parece ter deixado a humanidade tão perplexa quanto fez
Gautama Buda. Ele insistia na originalidade, no ser autêntico, ele desejava a
sua total liberdade. Nenhum homem amou tanto a humanidade. Nenhum homem deu
mais dignidade ao ser humano do que Gautama Buda. Ele não deseja que você se
torne um seguidor; ele deseja que você se torne um Buda.
Todos os grandes professores
religiosos, desejam que vocês sejam seguidores, desejam que pratiquem uma certa
disciplina, desejam controlar seus assuntos, sua moralidade, seu estilo de
vida. Eles fazem um molde de vocês e lhes dão uma bela cela de prisão.
Buda é totalmente a favor da
liberdade, e nisto ele está só. Sem a liberdade o ser humano não pode conhecer
seu mistério supremo; acorrentado ele não pode mover suas asas pelo céu e não
pode penetrar no além. Todas as religiões estão acorrentando as pessoas,
mantendo-as de alguma forma presas, sem permitir que expressem seus seres
originais, mas dando-lhes personalidade e máscaras – e a isso elas chamam de
educação religiosa.
Buda não lhe dá nenhuma educação
religiosa. Ele deseja que você seja simplesmente você mesmo, não importa o que
você seja. Esta é a sua religião – ser você mesmo. Nenhum homem amou tanto a
humanidade. Ele não aceitava seguidores, pela simples razão de que aceitar
seguidores significaria destruir sua dignidade. Ele aceitava apenas
companheiros de viagem.
Sua última declaração antes de morrer
foi: “Se algum dia eu voltar, virei como seu amigo” Maitreya significa amigo.
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