Relaxe seu corpo, feche seus olhos,
observe sua mente...
Por um momento, desprenda-se de toda
informação, de todo o conhecimento emprestado que você vem acumulando ao longo
de sua existência, desprenda-se de toda contaminação que você vem sendo exposto
através das palavras, escrituras, dogma, doutrinas... E penetre um estado de
inocência...
Inocência não é habilidade de
conhecimento. O tolo está mais perto da experiência do que o homem de
conhecimento. O homem de conhecimento está cheio de bobagem, de empréstimo. O
tolo, pelo menos, está livre de qualquer conhecimento emprestado... Ele é ele
mesmo.
E esta é a singularidade do Zen... Ele
gostaria mais que você fosse um tolo do que um grande erudito. Porque essas
pessoas que estão controlando toda a humanidade e seu passado destruíram toda a
inocência do homem.
O Zen amaria um tolo, se ele for
inocente, se puder dizer: “Eu não sei”. Não saber, apenas ser, é a conclusão do
Zen. Saber é para a mente, não saber é do coração. E à medida que o seu
não-saber vai mais fundo, ele alcança o seu verdadeiro ser.
Sócrates, nos últimos momentos de sua
vida, disse a seus discípulos que “quando eu era jovem eu pensava que sabia
muito. À medida que eu fiquei um pouco mais maduro, tornei-me consciente de que
meu conhecimento era muito pequeno e a área de ignorância era tão grande!. Mas
agora, antes de morrer, posso dizer a vocês que eu não sei nada absolutamente.
Estou morrendo exatamente como uma criança, sem ranhuras”.
Este
é o significado da afirmação de Kabir:
“Do
modo que você me deu a vida, estou retornando a você, não deteriorado”.
A mesma inocência que pertence ao
primeiro dia de sua vida deve permanecer pulsando dentro de você por toda a sua
vida.
Então, pare de se incomodar com as
palavras e venha para a realidade.
O Zen é para aqueles que são realmente
ninguéns, que estão prontos para serem apenas um silêncio - Torne-se um ninguém
– desprenda-se de seus títulos, de sua posição social e torne-se apenas um
silêncio. Esse silêncio abre as portas para todos os esplendores que estão
escondidos dentro de você.
A não ser que você se torne
precisamente um bambu oco e o universo inteiro possa cantar através de você,
você é apenas medíocre. Você é apenas um compositor de palavras, você não está
nas mãos da existência, você tem medo. Fica se defendendo, fica numa viagem de
ego... Todo mundo está.
Alguém está subindo escadas para
alcançar o poder... Alguém está acumulando dinheiro... Alguém mais está
escolhendo uma dimensão diferente. Mas o objetivo é o mesmo: que “eu devo ser reconhecido”.
Você não precisa ser reconhecido. Você
tem de perceber a si mesmo, não ser reconhecido. Se o reconhecimento vem por si
mesmo, é um outro caso; vem como uma sombra. Não é seu objetivo, ele o segue.
Você não corre atrás dele.
Um
cego pode dizer: “O sol está mantenho a luz em segredo”. Um surdo pode dizer:
“Todos esses poetas que se reuniram aqui não estão recitando suas poesias”.
Perceba... Sua surdez, sua cegueira,
sua inconsciência não fazem da existência um segredo. Ela está gritando de
todas as estrelas, de cada pico de montanha, de cada flor, de milhares de
maneiras.
Não é um segredo, você não tem de
procurar por ele. Tem apenas de ficar dentro de si mesmo e ele está presente,
pulsando na sua pulsação. Suas pulsações são as pulsações de todo o sistema de
vida – são as pulsações da própria existência.
Este é todo o meu trabalho aqui.
Não tenho nenhuma filosofia para
ensinar-lhes, e não tenho nenhum dogma, nenhum credo, nenhuma teologia, nenhuma
religião. Não sou um pregador. Estou simplesmente tentando indicar que você é
Isto.
Então não existe nenhum segredo. Tudo
está aberto como o céu, é apenas você que está fechado.
O Pândita hindu pensa que a verdade
está somente nas escrituras sânscritas; O papa e sacerdotes cristãos pensam que
a verdade está somente na Bíblia, os muçulmanos acreditam somente no Alcorão.
Essa é a atitude de todas as
religiões. As pessoas letradas têm um interesse particular em guardar segredos.
E nas escrituras, não há nada Porque... Apenas olhe para aqueles eruditos: na
vida deles, não há nada, nenhuma canção, nenhuma beleza, nenhuma dança, nenhuma
risada. Eles são como madeira seca.
Você alguma vez já viu um Pândita
dançando inocentemente¿ Um rabino, ou um papa¿ Eles sabem muito, mas não
conhecem o espaço interior da inocência.
Não é um segredo. Torna-se um segredo
se você está dormindo. Se você não entrar no seu próprio ser, a iluminação se
torna um segredo. Ninguém pode impedi-lo de despertar, exceto você mesmo, e
ninguém pode dar isso a você, exceto você mesmo.
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