28 de mar. de 2016

O Zen é para ninguéns


Relaxe seu corpo... Observe a sua respiração
Lentamente, procure sair da superfície da sua mente, inquieta, agitada, cheia de pensamentos ondulantes... E mergulhe profundamente em seu espaço interior... Busque uma profunda quietude...

Procure abrir uma nova dimensão da busca, onde as palavras não são necessárias, mas o silêncio sim. Onde você pode dizer apenas sem dizer, onde dizer algo é perder. Sim, você pode rir, pode dançar, porque enquanto você está rindo com totalidade, a mente para, o tempo para e todo o seu ser funde-se em uma unidade, em um organismo. Caso contrário, você se torna uma multidão: por um lado, indo para o sul, por outro lado indo para o norte, e sua cabeça fica dispersa em milhares de pedaços.
Então escute... Seja uma testemunha, não diga uma palavra. Apenas seja e, neste momento, você fica iluminado.

No Zen a língua é usada de um modo totalmente diferente de como ela é usada comumente. Quando o mestre pergunta: “Qual é o seu nome”? Ele quer saber Quem é você? Você está aí? É uma pergunta não sobre um nome qualquer, mas sobre a consciência eterna dentro de você... “Você já a encontrou”?

Não use palavras! Você tem de compreender o que está sendo dito transcendentalmente. Você é capaz de ver que meu dedo, sem dizer nada, está apontando pra lua? Você pode olhar nos meus olhos e ver o silêncio deles?
Vocês podem ver, em uma única rosa, todas as rosas do passado e todas as rosas do futuro?

Quando a linguagem para, quando a mente para e você é simplesmente um silêncio, um puro espaço... Então você pode fazer qualquer ato espontaneamente, e isto estará falando transcendentalmente.
A existência tem de ser experienciada sem verbalização intelectual. Uma dança servirá, porque, numa dança, você é total. O verdadeiro dançarino esquece-se de si mesmo, somente a dança permanece e o dançarino desaparece.
E pode acontecer de muitos modos. Um poeta, um pintor, um músico, um carpinteiro, não importa o que você esteja fazendo, mas se você o está fazendo sem a mente interferir... Isto é transcendência.
Sua ausência é transcendental. A ausência do seu ego é transcendental.

Nesse estado, você conhecerá a poesia da existência... Então você conhecerá a estética, a beleza que o circunda. Então, você conhecerá o que não pode ser conhecido, o que não pode ser dito, mas, ainda assim, pode ser sentido, ainda assim, pode ser vivido.

Silencie todo o seu ser...

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