Observe a mente... Sempre projetando o
futuro... Um futuro de sonhos onde tudo será diferente.
O ser humano sempre viveu com
esperança, um futuro, um paraíso em algum lugar distante.
Ele nunca viveu no presente, sua era
dourada estava sempre no futuro. E isso lhe dava entusiasmo porque o melhor
ainda estava para acontecer; todos os seus anseios seriam realizados. Havia uma
grande alegria por antecipação.
O homem sofria no presente; era
infeliz no presente, mas tudo isso ficava completamente esquecido nos sonhos
que seriam realizados no futuro.
Os profetas religiosos, os messias, os
salvadores viviam prometendo às pessoas toda sorte de delícias no paraíso.
Com esses sonhos aos quais recorrer,
as desgraças do presente pareciam insignificantes. Havia entusiasmo no mundo;
as pessoas não viviam deprimidas.
Mas a situação mudou.
A depressão é um fenômeno
contemporâneo e que passou a existir porque agora não existe mais amanhã.
Todas as ideologias políticas caíram
por terra – não há possibilidade de que haja igualdade entre os homens, não há
possibilidade de que todos os sonhos sejam satisfeitos. E isso provocou um
grande choque.
Ao mesmo tempo o ser humano
amadureceu. Ele sabe que nenhum messias virá nos salvar.
Os Hindus esperam há cinco mil anos
pela volta de Krishna. Ele prometeu que viria não apenas uma vez, mas sempre
que houvesse aflição, sofrimento. Mas durante cinco mil anos não se viu nem
sinal dele.
Jesus prometeu que voltaria, e quando
lhe perguntaram quando, ele respondeu, “muito em breve”. Ora, eu posso esticar
esse “muito em breve”, mas não por dois mil anos.
A ideia de que a nossa aflição, a
nossa dor, a nossa angústia nos serão tiradas já não convence mais.
A realidade é que o ser humano sempre
viveu na pobreza. E a pobreza tem uma coisa bela: ela nunca destrói a sua
esperança, nunca contradiz os seus sonhos, sempre traz entusiasmo com relação
ao amanhã.
Os pobres afirmam: “Esse período
sombrio já está passando; logo haverá luz”.
A depressão só existe nos países
desenvolvidos ou em desenvolvimento, onde as pessoas já conseguiram tudo que
sempre almejaram.
Durante a vida toda você tentou ganhar
dinheiro, pensando que um dia, quando o tivesse, conseguiria ter uma vida
tranquila. Mas, nesse meio tempo, você viveu tenso a vida toda, a tensão se
tornou a sua disciplina – e no final da vida, quando conquistou todo o dinheiro
que sempre quis, não conseguiu relaxar.
Uma vida inteira praticando a tensão e
a angústia e a preocupação não deixou que você relaxasse.
Você não é um vencedor, é um perdedor.
Você destruiu sua saúde, destruiu a sua sensibilidade, a sua sensitividade.
Você destruiu o seu senso estético, porque não havia tempo para todas essas
coisas que não produzem dinheiro.
Você está correndo atrás de dinheiro.
Quem tem tempo para olhar as rosas? Quem tem tempo para ver os pássaros voando?
Quem tem tempo para ver a beleza dos seres humanos?
Você adiou todas essas coisas para que
um dia, quando tiver tudo, você possa relaxar e aproveitar. Mas, quando tiver
tudo, você terá se tornado um certo tipo de pessoa disciplinada – cega para as
flores, cega para a beleza, incapaz de apreciar a música, incapaz de entender a
dança, a poesia, que só pode entender o dinheiro.
Mas esse dinheiro não traz satisfação.
Essa é a causa da depressão. Essa
pessoa está numa condição lamentável. Ela nunca pensou no que perderia desperdiçando
a vida inteira para ganhar dinheiro.
A pessoa que está correndo atrás de
dinheiro ignora tudo que seja uma porta para o divino, e com o tempo ela
percebe o que perdeu, ela está no fim da estrada e não existe nada diante dela
a não ser a morte.
A primeira coisa na vida é descobrir
significado no momento presente. O aroma básico do seu ser deve ser amor,
alegria, celebração. Então você pode fazer qualquer coisa; então o dinheiro não
destruirá você. Mas, em vez disso, você coloca tudo de lado para simplesmente
correr atrás de dinheiro.
Essa é a causa da depressão.
O Ocidente precisa urgentemente de um
grande movimento de meditação que atinja todas as pessoas; do contrário, essa
depressão vai levar muita gente ao suicídio, à loucura, à hipocrisia.
Eu não prego a renúncia nem aos bens
materiais nem a coisa nenhuma Vamos deixar tudo como está. Só acrescente uma
coisa à sua vida. Até agora você só acrescentou coisas à sua vida. Agora
acrescente algo ao seu ser – e isso criará a música, isso fará a mágica.
Não se trata de nada insolúvel. O
problema é grande, mas a solução é muito simples – o silêncio...
A alma sabe perfeitamente o caminho da
cura, difícil é silenciar a mente.
A controversas na afirmação do que seja depressão. Acredito que não esteja tão somente ligada a ambição por dinheiro, pode está também por sermos exigidos a todo tempo, o mundo nos obriga a corrermos atrás de dinheiro e estabilidade e muitas vezes quando não conseguimos, acabamos nos sentindo derrotados e entramos num estado de depressão, a ansiedade é o ápice que nos faz querer chegar ao topo o mais rápido possível e não conseguir fazer isso no tempo que desejamos, acaba matando o nosso eu por dentro e muitas vezes nos fazendo sentir incapazes de algumas realizações. As cobranças do mundo, da família da sociedade como todo, podem levar-nos a essa doença horrível. Gostei muito do seu texto, só essa parte que achei meio vaga. Mas obrigada, Forte abraço! Shirley
ResponderExcluirShirley, Osho il a bien expliqué! Le problème est que Aujourd'hui tous le monde est stressé, il y a de la tension, pression, on vie pas en paix, le moment présent, pas relaxé... On regardes pas les fleurs que sont toujours là.. les oiseaux... On vie dans le futur au dans le passé...
ResponderExcluirSim, a depressão é real, e penso que sempre existiu. Afinal, não somos preparados para lidar com perdas, frustrações. Precisamos viver, e viver e correria, competição, sentimentos que acabam , em muitos casos, em tristeza , que por sua vez podem desencadear em uma depressão severa...acredito, que mudar nossa percepção da vida pode sim levar a uma melhora do nosso emocional, precisamos brincar mais, não nós levarmos tão a sério, tornando a vida um fardo pesado. Precisamos, realmente, aprender a silenciar a mente
ResponderExcluirVerdade, temos a preocupação em viver plenamente, e para isso acreditamos que o dinheiro é imprescindível é assim pautamos nossa vida. E isso tem o preço da liberdade, até certo ponto....e fato, que sem atender as necessidades basicas da vida, não há como ser um indivíduo contemplativo.
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