Observe seus pensamentos... E tudo o
mais que se movimenta em sua mente neste momento...
Procure se manter sereno, quieto, sem
escolhas... Não alimente nenhum pensamento ou emoção... Volte ao centro, volte
a sua respiração suave, profunda e tranquila...
Quando a escolha desaparece dentro de
você, a mente desaparece.
Mas permaneça alerta, pois se você
quiser demais o silêncio, se estiver lutando demais por ele, o silêncio em si
mesmo vai se tornar uma tensão.
E, então, você ficará mais perturbado
por causa do seu esforço para conquistar o silêncio.
O silêncio é apenas um entendimento profundo.
Compreenda-o, sinta-o, pois toda vez que você prefere, fica tenso; toda vez que
você não faz escolhas, não há tensão e você fica relaxado.
E quando você está relaxado, seus
olhos têm mais clareza, eles não estão carregados de nuvens e de sonhos. Nenhum
pensamento se move na mente; você consegue enxergar a verdade.
E quando consegue enxergar a verdade,
você se liberta. A verdade liberta.
Se quiser enxergar a verdade, então
não se prenda a nenhuma opinião a favor ou contra. Prossiga sem opinião – sem
escolhas.
Deixe de lado todas as suas
filosofias, teorias, doutrinas, escrituras! Esqueça toda essa tolice!
E siga em silêncio, sem escolher, seus
olhos prontos para ver o que é, de nenhum modo esperando ver satisfeito algum
de seus desejos.
Não carregue desejos. Diz-se que o
caminho do inferno é completamente preenchido com desejos – desejos bons,
esperanças, sonhos, arco-íris, ideais. O caminho do paraíso é completamente
vazio.
Então, deixe de lado toda carga.
Quanto mais alto você quiser chegar, menos carregado tem de estar. Você precisa
ir completamente nu, porque quanto mais alto você sobe mais leve precisa estar.
E as opiniões pesam em você. Elas não
são asas, são como pesos de papel. Não tenha opiniões, não tenha nenhuma
preferência... “Se quiser enxergar a verdade, então não tenha nenhuma opinião
nem a favor nem contra.”
Se você quiser saber realmente o que é
a verdade, não diga: “Existe um Deus” e também não diga: “Não existe nenhum
Deus.”, porque o que quer que você diga vai se tornar um desejo profundo e você
vai projetar o que estiver escondido no desejo.
Qualquer coisa que você queira será
projetada, mas é apenas um mundo de sonhos – você não vai chegar mais perto da verdade
assim.
Fique sem sementes interiores: sem
opinião, sem pensamentos a favor ou contra...
Se quiser chegar a verdade, então não
se prenda a nenhuma opinião a favor ou contra. A luta entre o que se gosta e o
que não se gosta é a doença da mente.
E por que essa divisão na mente?
Porque você segue adiante irrigando as divisões, as preferências, os gostos e
as aversões.
Quanto mais você usa a mente, mais ela
se fortalece. Não a use.
E como superar a mente? Existe algum
modo de fazer isso?
Não, não há nenhum modo de fazer isso.
É preciso apenas entendê-la. Simplesmente é preciso olhar para artificialidade dela. É necessário apenas
fechar os olhos e observar a própria vida.
Entenda como você criou toda essa
confusão à sua volta, como chegou a esse sofrimento. Ninguém mais criou isso;
´´e a sua doença de preferir, de escolher.
Então, não escolha. Aceite a vida como
ela é em sua totalidade. Você precisa olhar o todo: vida e morte juntas, amor e
ódio juntos, felicidade e infelicidade juntas, agonia e êxtase juntos.
E se você olhar pra eles juntos, então
o que há para escolher? Se você perceber que eles são um, então por onde pode
começar a escolha?
Se conseguir perceber que amor não é
nada senão ódio, ódio não é nada senão amor – então onde escolher? Se conseguir
perceber que a felicidade não passa de infelicidade, como escolher?
Então a escolha some, mas não é você
que a está fazendo desaparecer. Mas fique atento, consciente, porque se sua
escolha agora for pela totalidade e contra a divisão, a doença começou
novamente – ela é muito sutil.
Simplesmente entenda, e o verdadeiro
entendimento transforma-se em desaparecimento.
Olhe dentro, e sem escolhas, penetre o
mais profundo vazio...
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