19 de fev. de 2012

Alexandre - O Grande

Alexandre - O Grande

Ouvi contar...
Alexandre – O Grande disse a seus ministros: “Quando vocês carregarem meu corpo pelas ruas, deixem minhas mãos penduradas, fora do caixão.
Os ministros ficaram perplexos e disseram: “Por quê? Nunca ninguém ouviu falar disso. E isso não se faz”.
E ele disse “Mas isso precisa ser feito”.
“Por que” Indagaram eles.
E Alexandre respondeu: “Para que as pessoas possam ver que também estou indo com as mãos vazias. Trabalhei, lutei e conquistei, mas o nada é o único sabor que restou em minha língua. Minhas mãos estão vazias. Gostaria que as pessoas vissem que Alexandre está morrendo como um completo fracassado!”


Todo mundo morre assim – com as mãos vazias, mas não faz sentido reconhecer isso tão tarde. É de grande importância reconhecer isso no meio da vida, pois então a mudança radical se torna possível.

Daruma, o Gato e a Concha I

Alexandre, O Grande


Desde que a jornada da vida
É nada além de aflição e dor,
Por que deveríamos ser tão relutantes
De retornar ao céu de nosso lugar nativo?

A vida é uma jornada de lugar nenhum para lugar nenhum.
Nada é alcançado através dela, ninguém jamais atingiu algo por meio da vida.
As pessoas correm, e correm rápido, e ficam ganhando velocidade, mas nunca chegam a algum lugar. Elas trabalham e se esforçam muito, porém nada jamais acontece deste trabalho, nada é criado.
Milhões de pessoas viveram antes de você, e onde elas estão?
Simplesmente desapareceram na poeira, poeira sobre poeira. E, mais cedo ou mais tarde, desapareceremos na mesma poeira.
Todas as nossas conquistas cairão na poeira e sumirão. Milhares de civilizações existiram e se foram sem deixar vestígio.
A vida parece não atingir nada – ela é uma tempestade num copo d’água, um estardalhaço por nada; uma história contada por um idiota, cheia de violência e barulho, nada significando.
Esse é o primeiro encontro com a verdade. Você deve olhar olho no olho para a vida. Não se esquive, não olhe para os lados – olhe direto para a vida.
Qual é o significado da vida? O que ela atinge? Aonde finalmente ela chega? A nada; como um grande sonho – belos palácios e um grande reinado no sonho, e pela manhã, quando você acorda, tudo se foi e para sempre.
Seu sucesso é sua crença.
Há um consenso entre os que trabalham com as profundezas da mente humana, que todo ser humano é neurótico. Não é que alguns são neuróticos – todos são neuróticos, e a diferença é de grau.
As pessoas normais que você vê andando nas ruas, fazendo seus negócios, indo ao escritório, à fábrica, são normais apenas por causa do nome. Ninguém é normal. Somente de vez em quando aparece um normal, como Buda, Cristo, Krishna... De vez em quando...
E o que é a anormalidade? Elas continuam a acreditar nesse sonho da vida, em novos sonhos. Se um sonho é frustrado, elas imediatamente criam outro. Elas nunca dão um intervalo. Um desejo o frustra, e você está novamente pronto a penetrar em outro desejo.
Uma esperança desaparece você cria outra, mas você continua com esperança. E você continua a ver a morte acontecer em todos os lugares, e ainda assim continua com esperança.
A vida é uma jornada de lugar nenhum para lugar nenhum: uma jornada de sonho. E esse também não é um sonho muito doce... Desejo e infortúnio, dor, sofrimento – o que você consegue?
Toda alegria é apenas uma esperança. O sofrimento é a realidade, a alegria é uma esperança. E a espernaç nunca acontece, ela é como o horizonte: somente parece estar acontecendo em algum lugar, porém nunca acontece em você. Você fica correndo em direção ao horizonte, e o horizonte fica fugindo de você.
Estar completamente frustrado com a vida é o começo da sabedoria. Perceber a futilidade da vida é o começo de uma jornada totalmente nova – a jornada para dentro. Do contrário, você fica enamorado por uma coisa ou outra.
Perceba: você viveu 20, 30, alguns 40, 50 ou 60 – Qual o ganho? Olhe suas mãos: elas estão vazias.

Ouvi contar...
Alexandre – O Grande disse a seus ministros: “Quando vocês carregarem meu corpo pelas ruas, deixem minhas mãos penduradas, fora do caixão.
Os ministros ficaram perplexos e disseram: “Por quê? Nunca ninguém ouviu falar disso. E isso não se faz”.
E ele disse “Mas isso precisa ser feito”.
“Por que” Indagaram eles.
E Alexandre respondeu: “Para que as pessoas possam ver que também estou indo com as mãos vazias. Trabalhei, lutei e conquistei, mas o nada é o único sabor que restou em minha língua. Minhas mãos estão vazias. Gostaria que as pessoas vissem que Alexandre está morrendo como um completo fracassado!”


Todo mundo morre assim – com as mãos vazias, mas não faz sentido reconhecer isso tão tarde. É de grande importância reconhecer isso no meio da vida, pois então a mudança radical se torna possível.

A flor de lótus da lei VII

Sempre que as vemos,
Todas são exatamente como são:
O salgueiro é verde
A flor é vermelha

E nada muda no mundo, lembre-se.
Quando você vai pra dentro, nada muda no mundo. Apenas você, sua atitude, sua visão mudam. O mundo permanece o mesmo, ele continua o mesmo.
Os rios continuam a fluir, os pássaros a cantar, as flores a desabrochar... O mundo continua o mesmo, mas você não é mais o mesmo.
E quando você olha para fora a partir dessa visão interna as coisas também adquirem uma nova beleza.

Sempre que as vemos, Todas são exatamente como são...

Agora você pode ver as coisas como elas são. Antes disso, você nunca via as coisas como elas eram.
Por exemplo, você está passando ao lado do jardim de seu vizinho e uma bela flor desabrochou. Você pode ver essa flor exatamente como ela é? Não, você não pode, pois a inveja vai impedi-lo. A flor desabrochou no jardim de seu vizinho, não no seu jardim – como você pode desfrutar isso?
Na verdade, você fica incomodado, ofendido por isso, pois suas próprias flores parecem minúsculas. Há comparação, e você não se sente bem.
Perceba o absurdo disso. Uma rosa tão bonita, mas a idéia de que “ela não está no meu jardim, ela não engrandece o meu ego”, e você perde a sua beleza. Você deseja possuí-la. Você pode apreciar essa beleza apenas quando puder possuí-la.
Em realidade, possuir a beleza é matá-la. Como você pode possuir a beleza se você a ama? É impossível. Amar e possuir são antagônicos, contraditórios, não podem caminhar juntos. No momento em que você possui a beleza, você já a matou, reduziu-a a uma coisa; ela é uma comodidade.
A beleza pode ser amada e desfrutada somente quando não há possessividade.
Assim, quando uma pessoa foi transformada pela sua visão interior, quando ela alcançou seu âmago e percebeu que todos os jogos do ego são falsos, e se estabeleceu na eternidade – a alegria e o silêncio disso -, e se tornou somente uma testemunha, então ela abre os olhos; agora ela pode perceber as coisas como elas são.
A flor é apenas uma flor, ela não é de ninguém. A bela mulher é apenas bela; ela não é de alguém. Como uma mulher pode ser de alguém? De repente, a existência aparece como ela é, e todo o eu-tu desaparece.
E quando o eu-tu desaparece o conflito também desaparece.

Nesta consciência:
O salgueiro é verde,
A flor é vermelha.

A flor não é menos vermelha porque desabrochou no jardim do vizinho. O salgueiro não é menos verde porque não é seu, não é menos verde porque você está triste.
Você já observou isso? As coisas mudam com o seu estado de ânimo. Se você está feliz, a Lua parece bela e muito feliz; quando você está triste, ela parece triste e muito infeliz. Você projeta seu estado de ânimo nas coisas.
Quando uma pessoa alcança sua essência suprema, não há mais projeção. Ela percebe as coisas como elas são. Ela agora nunca está infeliz e nunca está feliz; todas as dualidades desaparecem.
Ela permanece não dual, eternamente silenciosa, calma, quieta e bem aventurada. Agora as coisas são como são...

É doce ser livre


Sutra 35

Olhe para dentro -
A elevação e a queda.
Que felicidade!
Como é doce ser livre.


O subir e descer da respiração, esse é o modo de olharmos para dentro. Muitos disseram "olhe para dentro". Sócrates disse: "Olhe para dentro, conhece-te a ti mesmo", mas ninguém deu o método exato. Buda lhe dá o método exato: o subir e descer da respiração. É por meio da respiração que você está conectado. A respiração é a ponte entre sua alma e seu corpo. Se você puder observar sua respiração subindo e descendo, lenta, lentamente, você será capaz de ver o corpo como algo separado de você mesmo e também a respiração como algo separado de você mesmo, porque o vigilante não pode ser o vigiado, o observador não pode ser o observado.
De repente, num certo dia, você perceberá que você é a testemunha de tudo isso. E a testemunha é certamente transcendental a tudo o que ela testemunha. Nesse exato momento, a liberdade terá acontecido a você.

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