1 de fev. de 2016

Despertar I



A mente comum é o caminho.
Observe a sua mente... O que é a mente comum?
Quando não há nada na mente, quando você não está desejando nada, quando você não está pedindo por nada, quando não há perguntas na sua mente, nenhuma curiosidade, quando não há quaisquer sonhos agitando-se em sua mente, qualquer pensamento, qualquer memória, nenhum passado, nenhum futuro... Então a mente é absolutamente comum.
E nessa mente comum você experienciará a bem aventurança. É devido aos seus desejos, seus sonhos e à sua embriaguez com seus sonhos que você continua perdendo o que está sempre à disposição, aquilo que sempre o está confrontando, aquilo que você nunca perdeu por um único momento, aquilo que mesmo que você queira perder você não pode perder – trata-se da sua natureza intrínseca, a sua verdadeira natureza. Mas tantos pensamentos na sua mente criam uma nuvem ao seu redor, e o tráfego está sempre presente.
Observe o tráfego da mente e você se surpreenderá: nem por um único momento há um intervalo. E quando quer que haja um intervalo, há uma prova do sabor da bem-aventurança e por um momento você se esquece de todos os pensamentos. Esse momento – o chamado para o despertar - é tão belo, tão penetrante – ele vai como uma flecha para dentro do seu coração. Por um momento tudo para...
E subitamente você prova o sabor do caminho. Você o chama de beleza, porque você não sabe o que ele é. Sim! A beleza é um dos aspectos. Um pôr-do-sol... E todas as nuvens ficam douradas e o sol está pronto para cair no oceano, e todo o oceano tornou-se vermelho, e até a sua respiração para por um momento. Tamanho espanto! Você o chama de espanto, porque você não sabe o que é – é um outro aspecto do caminho
Você vê uma linda mulher, um homem lindo e, por um momento, você se esquece de tudo o mais. Seus olhos permanecem focados, sem piscar – você até esquece de piscar... Você pode chamar isso de beleza, forma, proporção física... Mas todos são aspectos do caminho.
Uma noite cheia de estrelas, você deitado na grama olhando para o céu, tomado por este esplendor, uma música - algo se agita muito fundo no seu ser – acontece uma sincronicidade e uma sutil dança surge em você. Você pode chamar de música, de poesia, mas essas sensações são outros aspectos do caminho.
Perceber e estar consciente de todos esses aspectos é a experiência mais rica do mundo. Conhecendo todos os aspectos do caminho, a própria pessoa se torna o caminho.  Porque quando você se torna familiarizado com esses aspectos, lentamente você se torna familiarizado com você mesmo, com seu Ser Verdadeiro.
O pôr do sol e a música são partes da dimensão exterior. E a testemunha, a observação, a experiência do espanto, da beleza, do maravilhoso, da alegria e do amor são aspectos da dimensão interior desse Ser.
Buda chamava isso de instantaneidade.
Não tente ser extraordinário de modo algum... – e é o que todo mundo tenta. Nós fomos educados de tal modo, foi-nos dito sempre repetidamente pelos pais, professores, por todo mundo: seja o primeiro, seja especial!
Mas... O que é o caminho? A mente comum é o caminho...
Então, nesse momento, procure observar o movimento da sua respiração... O ar entra e sai das narinas de forma lenta, profunda e suave...

Observe a testemunha, Observe a beleza, observe a alegria, observe o amor... Observe todos esses aspectos da dimensão interior do seu Ser...
Aprofunde sua percepção sobre si mesmo, sobre sua verdadeira natureza.

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