O ser humano
está absolutamente inconsciente do seu próprio ser. Ele tenta saber de tudo,
exceto do seu próprio ser; O ser humano age assim, pela simples razão de que
ele pensa que conhece a si mesmo.
Nós somos, mas
nós não sabemos quem somos. Nossos nomes nos enganam: eles nos dão uma certa
sensação como se isso fosse o que nós somos. Nosso corpo refletido no espelho,
nosso rosto refletido nos olhos das pessoas vai nos dando uma certa ideia de
nossa identidade. E então, devagar, bem devagarinho, vamos juntando todas essas
informações e criando uma imagem de nós mesmos – imagem que é completamente
falsa. Este não é o modo de se conhecer. A pessoa não pode se conhecer por se
olhar no espelho, porque os espelhos podem apenas refletir o seu corpo – e você
não é o seu corpo. Você está no corpo, mas você não é o corpo. Seu
comportamento, seu caráter, suas ações podem mostrar sua mente, mas não você.
A menos que
você tome ciência da sua consciência, a menos que você se torne ciente da sua
luz interior, você vai continuar vivendo nas ilusões... E nós perpetuamos as
ilusões porque elas são baratas, facilmente disponíveis – não custam nada, e
podem ser-nos dadas por outros.
Descobrir a si
mesmo é muito difícil: é explorar, é investigar o seu próprio ser. É mais fácil
ir ao Everest. É muito difícil ir ao próprio centro, pela simples razão que
você terá que viajar sozinho, inteiramente sozinho. Como diz Plotino (místico
grego): “É viajar do só para o sozinho”.
Eis porque tão
pouca gente tornou-se iluminada, quando na verdade é direito de nascimento de
todo mundo, tornar-se iluminado. E se às vezes, por acidente, as pessoas ficam
interessadas em saber sobre elas mesmas, elas imediatamente tornam-se vitimas
das palavras – teorias, filosofias, ideologias... Vítimas das escrituras, das
doutrinas, dos dogmas – perdidas na selva das palavras. Sim, você encontrará
lindos dizeres nas escrituras, imensamente grávidos de significado, mas você
não é capaz de descobrir a si mesmo, como pode descobrir o significado das
palavras de um Buda, de um Jesus. Impossível!
Você pode
compreender apenas aquele tanto que você experienciou – a compreensão nunca vai
além da sua experiência. Palavras você pode acumular – você pode tornar-se um
erudito, um grande erudito. E de novo você estará numa nova espécie de ilusão,
a ilusão que a informação cria. Quanto mais informação você tem, mais você
pensa que sabe.
A informação é
pensada como sendo sinônimo de saber, mas ela não é. Saber é um caso totalmente
diferente. Saber é experienciar. A informação é acumulada no sistema de
memória. Um computador pode fazer isso, não há nada de especialmente humano
nisso.
Noventa e nove
por cento dos supostos religiosos – santos, mahatmas – são apenas eruditos. No
que concerne às palavras, eles são muito astuciosos, mas se você olhar no fundo
se seus olhos, você descobrirá simplesmente os mesmos estúpidos seres humanos.
Foi isso o que
aconteceu a milhões de pessoas por todo o mundo. Os cristãos mataram milhares
de pessoas em nome de Cristo, com a Bíblia nas mãos, assassinando, chacinando.
Os muçulmanos fizeram o mesmo; os hindus fizeram o mesmo.
E os hindus
falam em não violência, amor, amizade, amor universal, amor divino... No que
diz respeito as palavras, as pessoas são muito astutas (muito espertas) e podem
continuar elaborando com as palavras, filosofando, mas suas consciências
permanecem inalteradas. Nada mudou.
O homem
religioso ainda não chegou; uma sociedade religiosa ainda tem que acontecer;
uma cultura religiosa ainda está no futuro – no horizonte, mas nós temos de
trazê-la – ela ainda não aconteceu. Aconteceu em alguns casos individuais aqui
e ali, mas essas pessoas podem ser contadas nos dedos.
Então, a
questão é saber: Quem sou eu? É a partir daí que começa a verdadeira evolução.
Nesse momento
olhe dentro, olhe profundamente dentro. Observe toda a escuridão que envolve o
seu ser – raiva, ressentimentos, mágoas, medo, ansiedade...
Observe sua
atenção para a respiração... Observe a respiração, momento a momento, e penetre
no âmago mais profundo do seu ser...
E o mais belo método para se entrar no âmago mais profundo do seu ser é transformar a sua consciência e chegar a um ponto de repouso, de silêncio profundo, de profunda harmonia interior.
E o mais belo método para se entrar no âmago mais profundo do seu ser é transformar a sua consciência e chegar a um ponto de repouso, de silêncio profundo, de profunda harmonia interior.
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