Simplesmente feche seus olhos e
observe os pensamentos... Enquanto observa o que acontece? Os pensamentos estão
aí dentro, mas você não está. O observador sempre está além. O observador
sempre está no alto da montanha. Todas as coisas se movem ao redor, mas o
observador está além.
Observar significa estar fora. E você
pode chamar esse fenômeno de testemunho, de percepção, de consciência, ou seja
lá do que quiser, mas o segredo é: observe!
Assim, sempre que sentir que sua
cabeça está demais sente-se sob uma árvore e observe, não tente sair.
Quem sairá? Não há ninguém dentro.
Uma vez que você sabe que num momento
de vigilância está além, transcendendo – você já está fora. A partir desse
momento você já está sem cabeça. A cabeça pertence ao corpo, não a você.
A cabeça faz parte do corpo, tem uma
função no corpo. A cabeça é preciosa, e se você conhecer seu jeito, seu
segredo, pode usá-la. Quando Buda está falando está usando a cabeça.
Uma vez que você sabe que observando
está fora, fica sem cabeça. Anda por esta terra sem nenhuma cabeça. E que
beleza de fenômeno! Um homem andando sem cabeça. É este o significado quando
digo: torne-se uma nuvem branca – sem objetivos, sem expectativas, sem
desejos...
Você não pode imaginar quanto silêncio
pode descer ao seu encontro quando a cabeça não está presente. Sua cabeça
física estará presente, mas o envolvimento, a obsessão não estará.
A cabeça não é o problema! Ela é bela,
uma criação maravilhosa, o maior computador já inventado. Mas onde você tirou a
ideia de que está dentro dela¿
É possível que você não saiba, mas no
Japão antigo, e mesmo hoje em dia entre os mais velhos, se você lhes perguntasse:
De onde vem o pensamento? Eles apontavam para a barriga, porque, no Japão,
pensava-se que a barriga era o centro do pensamento. Existiram outras tradições
que achavam que o pensamento vinha de outras partes do corpo. Lao Tzu, por
exemplo, diz que o pensamento vem dos pés. Assim existem técnicas na Yoga
taoista para sair da sola dos pés – porque o pensamento ainda continua lá.
Então, qual a realidade? A realidade
é: você está além, mas pode estar apegado a qualquer parte do corpo – a cabeça
é uma obsessão Ocidental.
Por isso, não há necessidade de sair,
porque você nunca esteve dentro. Você está fora – é apenas aquele que observa.
Então, apenas observe... E quando
observar lembre-se de que não deve julgar. Se julgar, a observação estará
perdida. Enquanto observar, não avalie, não condene, pois você perderá o ponto.
Enquanto observar apenas observe...
Seja um rio fluindo, deixe a corrente da consciência fluir; permita que os
pensamentos flutuem como bolhas e fique sentado na margem observando. Não diga
isso é bom ou mau, não diga que isso não deveria ter acontecido ou deveria ter
acontecido. Não diga nada, simplesmente observe. Você não é um juiz – é apenas
um observador. E veja o que acontecerá.
Observando o rio, de repente você está
além... E a testemunha estará fora.
E uma vez que você sabe que está fora,
pode permanecer fora. Pode mover-se nesta terra sem cabeça.
Este é o jeito de cortar a cabeça.
Todo mundo está interessado em cortar a cabeça dos outros – isto não auxilia em
nada. Você já fez isso demais. Corte a sua própria cabeça e estará em profunda
meditação...
Obrigada por postar o texto.
ResponderExcluirMuito bom. Obrigado
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