Relaxe seu corpo e respire
relaxadamente.
Perceba a sua dificuldade de sair da
superfície e mergulhar em seu centro. Perceba a sua dificuldade de aquietar a
mente - de parar os movimentos dos sonhos e desejos – e penetrar fundo em seu
interior.
O homem é como se fosse um círculo sem
centro. Sua vida é superficial; sua vida é somente uma circunferência. Você
vive do lado de fora, nunca vive dentro. Você não pode, a menos que um centro
seja encontrado.
Assim, você não pode viver dentro.
Você está sem centro, tem apenas o lado externo. É por isso que nós continuamos
a falar sobre o interior, sobre como ir para dentro, como conhecer a si mesmo,
como penetrar internamente, mas essas palavras não carregam nenhum significado
autêntico.
Você conhece o significado das
palavras, mas você nunca esteve dentro.
Até mesmo quando você está sozinho, em
sua mente, você é uma multidão. Quando não há ninguém do lado de fora, ainda
assim, você não está dentro. Você continua pensando nos outros; você continua
se movendo para fora.
Até mesmo quando dorme, você está
sonhando com os outros, você não está dentro. Somente em um sono profundo,
quando não há sonho, você está dentro, mas, então, você fica inconsciente.
Lembre-se desse fato: quando você está
consciente, você nunca está dentro e, quando você está dentro, em sono
profundo, você fica inconsciente.
Assim, toda a sua consciência consiste
no exterior. E sempre que nós falamos sobre ir para dentro, as palavras são
entendidas, mas o significado não – porque o significado vem através da experiência.
É isso que eu quero dizer quando digo
que você é um círculo sem um centro – uma circunferência somente. O centro está
presente, mas você entra nele somente quando está inconsciente. Caso contrário,
quando você está consciente, você se move para fora e, por causa disso, sua
vida nunca é intensa; ela não pode ser. Ela é apenas morna.
Você está vivendo no pico mínimo, não
no máximo.
Mas a vida não pode ser conhecida na
circunferência. Na circunferência, somente uma vida morna é possível. A vida
pode ser conhecida apenas no centro.
Neste exato momento, há apenas vazio
e, o tempo todo foi assim no passado – simplesmente vazio. Você está apenas
esperando pelo futuro, esperando que alguma coisa aconteça algum dia, apenas
mantendo a esperança.
Então, todos os momentos são perdidos.
Não aconteceu no passado; assim, não acontecerá no futuro tampouco. Pode
acontecer somente neste momento, mas, então, você precisará de uma intensidade,
de uma intensidade penetrante. Então, você precisará estar enraizado no centro;
então, a periferia não servirá – então, você terá que encontrar o seu momento.
Realmente, nunca pensamos sobre o que
somos e, o que quer que pensemos, é pura encenação.
Ouvi contar...
Um homem chegou para o Osho e disse:
“Estou amando alguém e quero me casar com ela”. Osho apenas olhou nos seus
olhos profundamente por alguns minutos, sem dizer nada. O homem se tornou
inquieto e disse: “Por que você está olhando para mim? Eu me sinto
desconfortável!”. Osho continuou apenas olhando. O homem disse: “Você pensa que
meu amor é falso?”. Osho não disse nada, apenas continuou olhando. E o homem
disse: “Por que você sente que esse casamento não será bom?” Osho continuou sem
dizer uma única palavra e o homem continuou: “Eu não tinha realmente pensado
muito sobre isso e é por isso que eu vim até você. Realmente, eu não sei se
estou amando, ou não.”
Perceba... Você não tem certeza, você
não pode ter certeza de nada; nem do seu amor, nem do seu ódio, nem das suas
amizades. Não há nada de que você possa estar certo, porque você não tem nenhum
centro. Sem um centro, não há nenhuma certeza. Todos os seus sentimentos de
certeza são falsos e momentâneos.
Num certo momento, você sentirá que
tem certeza, mas, no momento seguinte, a certeza terá ido embora, porque, em
cada momento, você tem um centro diferente.
George Gurdjieff costumava dizer que o
homem é uma multidão. A personalidade é apenas uma fraude, porque você não é
uma pessoa, você é muitas pessoas.
A cada momento, a cada situação, você
tem certeza e você nunca se torna consciente de que você é apenas um fluxo –
muitas ondas sem nenhum centro.
Então, no final, você sentirá que a
vida foi apenas um desperdício. Ela está fadada a ser. Há apenas desperdício,
apenas um vagar – sem propósito, sem sentido.
Tantra, Yoga, religião... A questão
básica deles é a de como descobrir o centro primeiramente, a de como ser antes
um indivíduo. Eles estão interessados em como encontrar o centro que persista
em todas as situações.
Então, enquanto a vida continua se
movendo fora, enquanto o fluxo de vida continua e continua, o centro persiste
dentro. Então, você permanece um – enraizado, centrado.
Nossas próximas técnicas serão para
achar o centro. O centro já existe, porque não há possibilidade de se ser um
círculo sem um centro. O círculo pode existir somente com um centro, assim o
centro está apenas esquecido.
Ele existe, mas nós não estamos
conscientes dele. Ele está presente, mas nós não sabemos como olhar para ele.
Nós não sabemos como focar a consciência nele.
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