12 de nov. de 2012

Auto realização



O ser humano nasce como uma possibilidade. Ele pode se tornar alguma coisa, ele pode alcançar a sua potencialidade; ele pode não alcançar. A oportunidade pode ser usada, ou pode não ser usada. E a natureza não te força a nada – você é livre.
Você pode escolher tornar-se real, você pode escolher não fazer nada quanto a isso, ou seja, o homem nasce como uma semente. Assim, nenhum homem nasce preenchido – apenas com a possibilidade do preenchimento.
Então, a auto realização se torna uma necessidade básica. Porque, a menos que você seja preenchido, a menos que você se torne o que pode ser, você sentirá que perdeu alguma coisa.
Não é que você esteja perdendo riqueza ou posição, prestígio ou poder. Mesmo que você alcance tudo o que quer – riqueza, prestígio, poder, qualquer coisa -, você sentirá essa constante sensação de alguma coisa faltando dentro de você, porque essa coisa faltando não está relacionada com o exterior. Ela está relacionada com o seu crescimento interior.
Assim, a auto realização significa que a semente agora floresceu. Ela chegou ao crescimento completo, um crescimento interior, à finalidade interna. E no momento que você sente que suas potencialidades se tornaram reais, você sentirá o pico da vida, do amor, da própria existência.
Quando alguém alcança a si mesmo, ele chega a um pico – um pico de bem aventurança. Então não há nenhum anseio por mais nada. O que quer que ele seja, ele está totalmente contente consigo mesmo. Agora, nada está faltando; não há desejo, nem demanda, nem movimento.
A auto realização se torna uma experiência de pico, então, tudo o que ela toca, tudo o que ela está fazendo é uma experiência de pico para ela.
Um Buda é uma pessoa auto realizada. E esse florescimento interior dá um constante jorrar de bem aventurança. Todos aqueles que chegam, ainda que dentro de suas sombras, todos aqueles que chegam perto deles, sentem uma atmosfera silenciosa em torno de si.
Na verdade, uma pessoa auto realizada se tornará sem desejo. Se você conhecer a si mesmo, você se tornará sem desejo.
O desejo significa que você não está preenchido internamente, você está sentindo falta de alguma coisa; assim você anseia por ela. Perceba... Você se mantém, de um desejo para outro, em busca de preenchimento. Essa busca nunca termina, porque um desejo cria outro desejo.
Quanto mais você se tornar real, auto realizado, menos e menos desejos serão sentidos, porque, na verdade, eles são sentidos somente porque você está vazio internamente. Quando você não está vazio internamente, o desejar cessa.
Quando Osho diz auto realização, ele quer dizer que você deve se tornar um ser humano total e ser um ser humano total significa, em primeiro lugar, estar centrado; não existir sem um centro. Neste momento, você é uma coisa; no próximo momento, você é outra coisa. Perceba... Onde você sente o seu centro – no coração, na mente, no umbigo, onde? No centro do sexo? Onde você sente o seu centro?
Na verdade, você não está centrado; você está somente momentaneamente centrado. Cada momento tem seu próprio centro; assim, você vai mudando. Quando a mente está funcionando, você sente que a cabeça é o centro. Quando você está amando, você sente que o centro está no coração. Quando você não está fazendo nada em particular, você fica confuso – você não pode encontrar onde está o centro. Então, uma parte do corpo se torna o centro, mas você não está centrado.
Um ser humano total é centrado. O que quer que ele faça, ele permanece no centro. Se sua mente está funcionando, ele está pensando; o pensamento continua na mente, mas ele permanece centrado no umbigo. O centro nunca é esquecido. Ele usa a cabeça, mas ele nunca se move para a cabeça. Ele usa o coração, mas ele nunca se move para o coração. Todas essas coisas se tornam instrumentos e ele permanece centrado.
Em segundo lugar, naturalmente, quando alguém está centrado, ele é equilibrado. Sua vida é um profundo equilíbrio. Ele nunca está em nenhum extremo – ele permanece no meio. Buda chamou isso de caminho do meio. Ele permanece sempre no meio.
Assim, podemos dizer que o homem auto realizado está sempre à vontade. Vida e morte são idênticas; bem aventurança e miséria são idênticas. Nada o perturba, nada o desloca de seu centramento. A tal pessoa, você não pode tirar nada dele, você não pode adicionar nada a ele – ele está preenchido. Sua própria respiração é uma respiração preenchida, silenciosa, bem aventurada.
Nesse estado, ele alcançou a existência, o ser; ele floresceu como um ser humano total.

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