2 de ago. de 2012

Comece com a aceitação II



Observe toda a movimentação da sua mente e perceba se você realmente deseja se livrar dos seus problemas...
A maioria das pessoas se agarra à sua queixa, se agarra à sua doença, se agarra a tudo que a aflige.
As pessoas continuam criando feridas – elas se agarram às suas doenças. Falam sobre ela como se fosse algo que valesse a pena falar a respeito.
As pessoas falam sobre doença, falam sobre suas indisposições – elas adoram falar sobre isso. São mártires... Sua doença, sua raiva, seu ódio, esse problema e aquele, sua ganância, sua ambição.
E, quando você simplesmente olha, a coisa toda é uma loucura – porque elas estão pedindo para se livrar dessas coisas todas, mas, quando você olha no rosto delas, vê que estão adorando.
Se esses problemas realmente acabarem, com que elas vão se divertir? Se todas essas doenças acabarem e elas ficarem completamente curadas e saudáveis, não terão mais do que falar.
As pessoas vão ao psiquiatra e depois ficam falando sobre isso. Na verdade, elas adoram poder dizer, “Nenhum deles acertou comigo. Eu continuo igual, ninguém conseguiu me mudar”.
As pessoas vivem muito felizes com o próprio sofrimento. Eu também me pergunto às vezes: se todo sofrimento desaparecesse da face da terra, o que as pessoas fariam? Elas ficariam tão desocupadas que simplesmente cometeriam suicídio.
Pode observar... Você as ajuda a sair de uma dificuldade e elas já preparam outra, como se estivessem apegadas ao sofrimento.
Elas só podem estar ganhando alguma coisa com isso.
Mas qual é o investimento? O investimento é que, quando o sapato está apertando o seu calo - quando ele incomoda, você se sente mais vivo.
Quando o sapato se ajusta perfeitamente, você simplesmente relaxa e o ego desaparece.
Só com uma mente infeliz a sua personalidade pode existir.
Nesse momento olhe pra dentro e observe. Você verá que todo o seu sofrimento existe porque você dá a maior força pra ele. Sem sua força nada pode existir.
Mesmo quando você está triste é preciso energia. Para que o fenômeno da tristeza aconteça, você tem de lhe dar energia.
Todas as suas emoções negativas precisam de energia, elas drenam você. E todas as emoções positivas e atitudes positivas produzem energia.
Pode reparar: se você está feliz, de repente o mundo inteiro flui na sua direção com energia.
As pessoas estão certas quando dizem, “Ria e o mundo inteiro rirá com você. Chore e você chorará sozinho”. É verdade, é a mais pura verdade.
Quando você é positivo, toda a existência continua oferecendo mais a você, porque você não é um fardo, você é uma flor.
Quando você é como uma rocha, parado no lugar, cheio de tristeza, acalentando essa tristeza, ninguém está com você. É como se houvesse simplesmente um abismo entre você e a vida.
Quando você está triste, com raiva, cheio de ganância, voltado apenas para si mesmo e lambendo as suas feridas, olhando para elas e brincando com elas, tentando ser mártir, existe um abismo entre você e a existência.
Você é deixado sozinho e nessa solidão você sente o ego.
Mas quando você aceita a natureza e se dissolve nela, você se move com ela. Neste estado a canção do todo é sua canção, a dança do todo é a sua dança.
As vezes tem de estar ativo e em movimento, ser uma onda, e outras vezes vai para as profundezas e descansa, imóvel. A vida é um ritmo.
Aqui você morre, lá você renasce. Aqui você desaparece, lá você aparece.
Da forma para a não forma, da não forma para a forma; do corpo para o não corpo; movimento, descanso; descanso, movimento – esse é o ritmo.
E se você percebe o ritmo... Você não se preocupa com mais nada – você confia.

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