Perceba que todos têm que fazer algo na vida. Uma
pessoa será advogado, outra será médico, professor, carpinteiro, negociante,
não importa. Todas essas coisas são meios de vida - formas de ganhar o pão de
cada dia, de obter um abrigo. Não importa se você for carpinteiro ou médico:
são escolhas sobre como ganhar a vida, não podem mudar seu ser interior.
Já a meditação é vida e não meio de vida. Não tem
nada a ver com o que você faz, mas tudo a ver com o que você é.
Sim, é verdade que os negócios não devem penetrar em
seu ser. Caso seu ser também fique preso aos negócios será difícil meditar e impossível
tornar-se alguém que procura.
A meditação é um salto: da mente para o coração e, em
última instância, do coração para o ser. Nesse estado você irá cada vez mais
fundo, lá onde seu trabalho, seus cálculos terão que ser deixados para trás.
Se você é um homem ou mulher de negócios, não há nada
de errado nisso. Jesus, por exemplo, era filho de carpinteiro, ajudava seu pai
trazendo e cortando madeira. Ele pôde se tornar um meditador e, no final das
contas, se tornar um Cristo, um Buda. Se um filho de carpinteiro pode tornar-se
um Buda, por que você também não pode?
Então, quando você estiver em sua casa, com sua
mulher ou marido, seus filhos, não seja um homem ou mulher de negócios. Isso
significa que seu ser está sendo contaminado pelo que você está fazendo. E o
fazer é sempre superficial.
Aqui é o lugar para os que estão dispostos a apostar.
É o lugar para as pessoas que podem arriscar tudo por nada.
Exatamente isso, tudo por nada, porque a meditação
levará você a um estado de completo vazio. Mas aqueles que chegarem ao vazio da
meditação imediatamente perceberão que também atingiram a plenitude da
existência. O vazio de si mesmo é a plenitude da existência. Você se torna nada
e subitamente uma grande plenitude desce sobre você – você está transbordante,
preenchido por toda a existência.
Por isso, seja uma pessoa de negócios no escritório,
mas não em casa. E, de quando em quando, se esqueça por algumas horas até mesmo
da casa, da família, do marido ou da esposa, esqueça das crianças. Fique sozinho
consigo mesmo. Mergulhe cada vez mais fundo em seu ser. Divirta-se consigo
mesmo, ame a si mesmo.
E lembre-se sempre: você não precisa fugir do mundo –
de sua família, de seus filhos e de seus negócios – você não precisa fugir para
os Himalaias. Isso nunca funcionou bem.
Muitos foram morar nas montanhas, mas carregaram
consigo suas mentes estúpidas. Porque você pode até deixar o mundo, você pode
até fugir do mundo em busca do silêncio, mas você não pode deixar a sua mente
aqui. A mente irá com você, ela está dentro de você. E onde quer que você
esteja, essa mesma mente irá criar o mesmo tipo de mundo ao seu redor.
Por isso, simplesmente permaneça em silêncio, sem
julgar, sem avaliar, sem criticar, apenas observando, apenas esperando...
Então, aos poucos, você perceberá que uma grande
alegria está crescendo, sem nenhuma causa externa. Isso é seu próprio ser, seu
próprio florescer. Isto é meditação.
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