Dignas de piedade são as pessoas que não conhecem o Nirvana e sua eterna ventura!
Como elas se afligem com a vida, a morte e a mutabilidade.
Qual é o desgosto das pessoas? Qual é a infelicidade delas?
Sua infelicidade é: elas criaram um ego.
Elas tinham que criá-lo, pois elas não conhecem o seu eu verdadeiro, e não se pode viver sem um eu. Então elas criaram um eu falso.
Nós criamos o ego como um substituto. Ele é um centro falso que nos dá uma sensação de sabermos quem somos. Mas ele é falso e precisa ser continuamente apoiado.
Lembre-se sempre: Se você precisa sustentar continuamente algo, então ele é falso. O real permanece espontaneamente.
Portanto, se você tem certa quantia de dinheiro no banco, você precisa continuar aumentando essa quantia; do contrário, seu ego começa a se sentir sufocado.
Se você tem certo prestígio na sociedade, você precisa aumentá-lo, precisa inflar continuamente o seu ego, pois se você parar de inflá-lo, ele começará a morrer.
É como pedalar uma bicicleta – você precisa pedalar continuamente. Se você parar de pedalar, cairá.
O ego precisa de esforço contínuo, precisa ser continuamente criado.
É por isso que todos os dias você está esperando por pessoas para apoiá-lo. Seu companheiro lhe disse ontem: “Você é uma bela mulher”. Ora, não faz sentido dizer isso repetidamente, pois ele o disse uma vez. Mas hoje você também está esperando que ele diga que você é uma das mulheres mais bonitas. É apenas uma repetição, agora não faz sentido dizê-lo; ela já o disse!
Contudo você fica esperando, e novamente isso o entusiasma. E amanhã de novo você estará esperando, e isso o entusiasmará.
Perceba... Simplesmente pedalando...
E o problema é que você não pode manter esse ego quando você está morrendo, pois, quando você está morrendo, como pode sustentar alguma coisa?
Assim, quando a morte vem, o ego começa a desaparecer; você não pode mais pedalar...
Daí o medo da morte – pois a morte destruirá seu ego. A morte não pode destruí-lo, mas ela vai destruir o seu ego – todos estão com medo da morte.
Seja cauteloso: Você não está com medo somente da morte, mas também da vida. O ego também está com medo da vida, pois nas profundas experiências da vida ele também morre.
Por exemplo: Quando você ama, o ego é despedaçado. É por isso que a pessoa que ama exageradamente a si própria nunca ama ninguém – ela não pode, pois precisará descer de sua torre do ego, precisará se abaixar, precisará segurar a mão de uma mulher ou de um homem comum, precisará se comportar de maneira comum.
E amor é vida! Se você está com medo do amor, você está com medo da vida. Assim, nas situações da vida o ego também está continuamente com medo. Ele é algo falso, arranjado, de alguma forma manipulado; ele precisa de mil e um amparos, e ainda assim permanece continuamente com medo, pois a vida sempre muda; nada jamais permanece igual, porque a vida é um rio.
Portanto, essas três coisas estão sempre criando infelicidade e pesar: vida, morte e mutabilidade.
E a ironia é que lá no fundo há um espaço que é eterno e que nunca muda; há um espaço em você que é atemporal, que não é afetado por nenhuma mudança no tempo, através do tempo, e que permanece transcendental e além.
Há um espaço em você que é vida, pura vida, e nada sabe da morte; há um espaço em você que é puro amor! E você está com medo do amor, da vida, da morte e da mudança.
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