Leve sua atenção pra dentro...
Sinta uma presença em seu interior...
As pessoas sofrem porque se esqueceram de suas presenças mais profundas elas esqueceram que são unas com o Todo.
E como elas se esqueceram disso?
Trata-se de um ritmo natural. Tudo o que é dado se torna tão óbvio que a pessoa tende a esquecê-lo. O ovo é lembrado porque ele é uma grande sensação.
Você passa pelo mesmo jardim repetidas vezes, e naturalmente você tende a se esquecer dele.
Árvores estão presentes, mas você não olha para elas, você as tem como garantidas. Pássaros estão cantando, mas você fica com a sua tagarelice interna – você passa pelo mesmo tipo de jardim todos os dias e tende a se esquecer dele.
Lembre-se do primeiro dia em que viu a sua companheira ou o seu companheiro... Você estava completamente encantado, excitado e bem aventurado.
E agora você senta com a mesma mulher ou o mesmo homem, e de modo nenhum olha para a sua face.
É um fato conhecido que os maridos não podem se lembrar da face de suas esposas. Eles podem se lembrar de como é a esposa do vizinho, que tipo de roupa ela estava usando pela manhã – a esposa do vizinho, não a dele.
Quanto tempo faz que você não toca mão do seu companheiro com excitação, com uma canção em seu coração? Você segura a mão dele em sua mão; esse é um gesto vazio, você precisa fazê-lo.
Perceba... Mais cedo ou mais tarde, você tende a esquecer daquilo que está disponível. Os outros sabem da bela casa que você está vivendo; você não sabe. Os outros sabem que você tem lindos filhos; você não sabe. Os outros acham que você é um felizardo etc...
E este é o problema: porque somos nossos próprios eus mais profundo – e sempre fomos, desde a eternidade -, é natural se esquecer de tudo a esse respeito. Devido a essa tendência natural, a pessoa se esqueceu de si mesma e ficou interessada nos outros, naquelas dez mil coisas – o samsara.
Você fica correndo de uma nova sensação para outra nova sensação e não lhe resta tempo para sentar em meditação.
Pessoas vêm a mim e, se eu lhes disser para meditar, elas dizem: “Mas não temos tempo”. Elas têm tempo suficiente para ir ao cinema, para ver novelas, big brothers, jogar cartas... E para meditação?
De repente há uma escassez de tempo. Elas têm tempo para brigar, para ficar com raiva, para ler os estúpidos jornais – e quão profundamente elas entram nesses jornais! Esses jornais se tornaram seus evangelhos: elas lêem cada linha, do começo ao fim.
Mas você fala sobre meditação e, imediatamente, sem um único pensamento, vem a reação: “Mas não temos tempo!”
O que elas estão realmente dizendo? Elas estão dizendo que não estão interessadas em si mesmas, que não estão interessadas em sentar em silêncio por uma hora e investigar seu próprio ser.
Pra quê? Elas podem ganhar dinheiro nesse tempo, podem tomar conta de suas lojas ou fazer mil e uma coisas.
Então, por que ficar contemplando o próprio umbigo? Pra quê? Ninguém parece estar interessado em si mesmo. A pessoa já está lá, então por que se importar? A pessoa já é aquilo, então por que se importar?
Todo mundo está indo para fora... Mas somente quando a pessoa vai para dentro é que vem a saber o que é a verdade.
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