30 de jan. de 2012

A flor de lótus da lei IV


Leve sua atenção pra dentro...
Sinta uma presença em seu interior...
As pessoas sofrem porque se esqueceram de suas presenças mais profundas elas esqueceram que são unas com o Todo.
E como elas se esqueceram disso?
Trata-se de um ritmo natural. Tudo o que é dado se torna tão óbvio que a pessoa tende a esquecê-lo. O ovo é lembrado porque ele é uma grande sensação.
Você passa pelo mesmo jardim repetidas vezes, e naturalmente você tende a se esquecer dele.
Árvores estão presentes, mas você não olha para elas, você as tem como garantidas. Pássaros estão cantando, mas você fica com a sua tagarelice interna – você passa pelo mesmo tipo de jardim todos os dias e tende a se esquecer dele.
Lembre-se do primeiro dia em que viu a sua companheira ou o seu companheiro... Você estava completamente encantado, excitado e bem aventurado.
E agora você senta com a mesma mulher ou o mesmo homem, e de modo nenhum olha para a sua face.
É um fato conhecido que os maridos não podem se lembrar da face de suas esposas. Eles podem se lembrar de como é a esposa do vizinho, que tipo de roupa ela estava usando pela manhã – a esposa do vizinho, não a dele.
Quanto tempo faz que você não toca mão do seu companheiro com excitação, com uma canção em seu coração? Você segura a mão dele em sua mão; esse é um gesto vazio, você precisa fazê-lo.
Perceba... Mais cedo ou mais tarde, você tende a esquecer daquilo que está disponível. Os outros sabem da bela casa que você está vivendo; você não sabe. Os outros sabem que você tem lindos filhos; você não sabe. Os outros acham que você é um felizardo etc...
E este é o problema: porque somos nossos próprios eus mais profundo – e sempre fomos, desde a eternidade -, é natural se esquecer de tudo a esse respeito. Devido a essa tendência natural, a pessoa se esqueceu de si mesma e ficou interessada nos outros, naquelas dez mil coisas – o samsara.
Você fica correndo de uma nova sensação para outra nova sensação e não lhe resta tempo para sentar em meditação.
Pessoas vêm a mim e, se eu lhes disser para meditar, elas dizem: “Mas não temos tempo”. Elas têm tempo suficiente para ir ao cinema, para ver novelas, big brothers, jogar cartas... E para meditação?
De repente há uma escassez de tempo. Elas têm tempo para brigar, para ficar com raiva, para ler os estúpidos jornais – e quão profundamente elas entram nesses jornais! Esses jornais se tornaram seus evangelhos: elas lêem cada linha, do começo ao fim.
Mas você fala sobre meditação e, imediatamente, sem um único pensamento, vem a reação: “Mas não temos tempo!”
O que elas estão realmente dizendo? Elas estão dizendo que não estão interessadas em si mesmas, que não estão interessadas em sentar em silêncio por uma hora e investigar seu próprio ser.
Pra quê? Elas podem ganhar dinheiro nesse tempo, podem tomar conta de suas lojas ou fazer mil e uma coisas.
Então, por que ficar contemplando o próprio umbigo? Pra quê? Ninguém parece estar interessado em si mesmo. A pessoa já está lá, então por que se importar? A pessoa já é aquilo, então por que se importar?
Todo mundo está indo para fora... Mas somente quando a pessoa vai para dentro é que vem a saber o que é a verdade.

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