16 de dez. de 2011

As bênçãos do Ganges

Ramakrishna
(18/02/1836  -  16/08/1886)
Um homem foi a Ramakrishna pedir por suas bênçãos, porque ele estava indo até Kashi, o lugar sagrado dos hindus, dar um mergulho no Ganges sagrado – embora o mesmo Ganges estivesse fluindo ao lado da cabana de Ramakrishna. O homem disse: “Abençoe-me, estou indo até Kashi, para dar um mergulho sagrado”.
Ramakrishna era um homem muito simples, um aldeão, mas um homem de grande insight. Ele disse ao homem: “Eu não tenho nenhuma objeção: posso abençoá-lo, mas tenho de lembrá-lo de uma coisa: você já viu que ao lado do Ganges há árvores altas?”
Ele respondeu: “Já”.
Ramakrishna disse: “Quando você der o mergulho no Ganges, é verdade, todos os seus pecados pularão fora da sua cabeça; mas eles não terão acabado. Por quanto tempo você pode permanecer submerso nas águas do Ganges? Uma hora você terá de sair”.
O homem disse: “Uma hora?! Só alguns segundos são suficientes. Mas por que você está dizendo isso?”
Ramakrishna respondeu: “Lembre-se daquelas árvores altas. Todos os pecados ficam sentados lá, esperando você sair. Então, eles pulam em cima de você. E minha experiência é que, às vezes, até os pecados de outras pessoas, que foram deixados lá, sentados... porque, de vez em quando, uma pessoa dá um mergulho e morre. Ora, para onde seus pecados vão? Eles esperarão, em cima das árvores, por algum outro idiota e, imediatamente, pularão em cima dele. Assim sendo, em vez de depender do Ganges, dê um mergulho aqui. E lembre-se: por dar um mergulho, você não pode escapar dos seus pecados”.

A palavra “pecado” é muito significativa. O cristianismo a corrompeu. Na origem, ela significa “esquecimento”. Então, exceto pelo esquecimento não há nenhum pecado; e exceto pela consciência, não há nenhuma virtude. E se você está consciente, não há nenhum pecado e nenhum problema; nada tem de ser resolvido, tudo está exatamente como deveria estar.

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