5 de out. de 2011

Crenças

Tente penetrar cada palavra...
O Mestre diz...

Não acredito em acreditar. Ninguém pergunta: “Você acredita na rosa?” Não há necessidade. Você pode ver; a rosa está aí ou não.
Somente ficções, e não fatos precisam que acreditemos neles.

Tente perceber...
A crença é confortável e conveniente; ela embota – deixa a pessoa insensível, sem energia.
Ela é uma espécie de droga; torna-o um zumbi.
Um zumbi pode ser cristão, hindu, muçulmano – mas todos eles são zumbis com diferentes rótulos.
E às vezes eles ficam enjoados de um rótulo, então o mudam: o hindu se torna cristão, o cristão se torna hindu – um novo e diferente rótulo, porém, por trás do rótulo, o mesmo sistema de crença.
Destrua suas crenças!
Certamente isso será desconfortável, inconveniente, mas não se alcança nada valioso sem inconveniências.
Perceba... Não se pode manipular uma pessoa integrada através destas estratégias infantis e estúpidas: “Se você fizer isso, atingirá o céu e todos os seus prazeres; se fizer aquilo, cairá no inferno e sofrerá eternamente.”
A pessoa integrada simplesmente rirá de todos esses absurdos.
Ela não tem medo do futuro – você não pode criar o inferno pra ela; ela não tem ambição quanto ao futuro – você não pode criar o céu.
Ela não precisa de proteção, ninguém para guiá-la, ninguém para levá-la a lugar algum. Ela não tem objetivos, motivações.
Cada momento é tão completo que ela não está esperando para ser completada por um outro momento que virá em algum período, nesta vida ou talvez na próxima.
Cada momento é cheio, repleto, transbordante, e tudo o que ela conhece é uma imensa gratidão para com esta bela existência.
Mas isso ela também não diz, pois a existência não compreende a linguagem. Esta gratidão é seu próprio ser.
Assim, há gratidão em tudo o que ela faz. Se ela não estiver fazendo coisa alguma, se estiver apenas sentada em silêncio, a gratidão também estará presente.
Neste estado você é responsável por tudo o que você é. Se você está infeliz, você é responsável. Não jogue a responsabilidade sobre ninguém, do contrário você jamais se livrará da infelicidade.
Quando você aceita completamente toda a sua responsabilidade, você se torna maduro.
Sendo assim, qualquer um que vive de acordo com uma regra está destruindo a si mesmo, envenenando-se, pois a regra foi encontrada por alguém que não era você, alguém que você nunca será – foi encontrada em alguma época e algum espaço que não são a sua época e o seu espaço.
É muito perigoso seguir essa regra. Você tirará sua vida de seu centro, de sua base.
Ao tentar se moldar, você somente deformará a si mesmo.
Nunca jogue o jogo de ninguém: faça suas próprias regras.

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