O mestre diz: “Viva perigosamente”
Viver perigosamente significa: não ponha condições estúpidas entre você e a vida – conforto, conveniência, respeitabilidade.
Abandone todas essas coisas e permita que a vida lhe aconteça, e siga com ela sem se importar se está ou não na estrada principal, sem se importar onde você irá parar.
Viva com vigilância.
Em tudo que você estiver fazendo – caminhando, sentado, comendo, ou se não estiver fazendo coisa alguma, simplesmente respirando, descansando, relaxando na grama -, jamais se esqueça de que você é um observador.
Você se esquecerá disso repetidas vezes. Você se envolverá em algum pensamento, em algum sentimento, em alguma emoção, em alguma sensação – qualquer coisa o distrairá do observador.
Lembre-se e corra de volta para seu centro de observação.
Observar não é fazer. Assim como você observa o pôr do sol, as nuvens no céu ou as pessoas passando nas ruas observe o tráfego de pensamentos e sonhos – relevante, irrelevante, consistente, inconsistente, qualquer coisa que esteja acontecendo.
E sempre é hora do rush. Você simplesmente observa; fique ao lado, indiferente.
O ego é apenas um engano, mas quando você olha pra dentro e procura o seu eu real, nada precisa ser abandonado, mas algo desapareceu de você.
Não se encontra mais o que continuamente simulava ser você, o que destruía toda a sua vida, o que atrapalhava tudo.
Somente você pode resgatar a você mesmo, e isso acontece ao impedir os outros de limitá-lo, ao impedi-los de colocarem mais e mais correntes em você, de construírem paredes cada vez maiores à sua volta.
Você é seu próprio messias, sua própria salvação.
Você precisa se lembrar: estar atento não é uma arte, uma habilidade, não; trata-se de uma inclinação.
Tudo o que você precisa lembrar é de permanecer inativo, nada fazendo, alerta. Se algum pensamento passar, bom ou mau, não se importe. Sua única preocupação é observar, não dar nomes, não condenar, pois todas essas coisas são ações.
Simplesmente não é da sua conta. Se a ambição estiver passando, deixe que passe; se a raiva estiver passando, deixe que passe. Quem é você para interferir? Por que você está tão identificado com sua mente? Há apenas um pensamento de raiva passando. Deixe que passe; você simplesmente observa.
Não falar não é silêncio. Você pode não estar falando, pode não estar proferindo coisa alguma, mas por dentro mil e um pensamentos estão correndo. Há um fluxo contínuo de pensamentos, em todos os momentos.
Feridas não são curadas ao serem cobertas. A palavra “medicina” e a palavra “meditação” vêm da mesma raiz.
Medicina cura o corpo e meditação cura seu ser – ela é a medicina interior.
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