30 de mai. de 2011

Deseje ardentemente o poder


      Deseje ardentemente o poder.
Estamos entrando cada vez mais em contradições.
Este sutra diz: Deseje ardentemente o poder – mas aquele poder que o torna nada. Você se torna inexistente.
Perceba... Desejamos o poder a fim de nos tornarmos alguma coisa.
Desejamos o poder que a riqueza pode fornecer, o poder que a política pode fornecer, o poder que o prestígio pode fornecer.
Desejamos o poder para sermos alguma coisa.
Mude de atitude... Deseje o poder que lhe faz sentir-se ninguém.
É difícil sentir que “eu sou ninguém”. Todo mundo pensa que é alguém, quer os outros concordem ou não.
Todo mundo pensa que é alguém! Isso é ser comum; toda mente comum pensa que é alguém.
No momento em que você compreender que é ninguém, se tornará extraordinário, raro, uma flor única, incomparável.
O sentimento de ser ninguém cria um espaço dentro de você.
O ego se dissolve, seu falso centro deixa de existir. Você se torna espaçoso.
Agora o eterno pode entrar em você.
Esse espaço, esse vazio, pode permitir que a existência floresça em você.
Procure perceber... Você está repleto desse sentimento de ser alguém.
Você é isso, você é aquilo...
Mas lembre-se de que o ego é poder em relação ao mundo, mas é impotência no que se refere ao divino.
Tudo o que parece ser poder no mundo é impotência na dimensão divina.
Nessa dimensão, ausência de poder é poder.
Não tente superior, não queira ser inferior, seja apenas você mesmo.
Não se compare aos outros; fique tranqüilo consigo mesmo.
Então, você será ninguém, porque para ser alguém é necessário comparação.
Como você pode ser alguém se não há comparação?
Você é mais bonito, nunca pode ser simplesmente bonito; é sempre bonito em comparação a algum outro.
E assim vai... Você é rico em comparação a alguém, é inteligente em comparação a alguém.
A superioridade e a inferioridade são sempre comparações.
Você só é alguém quando comparado a outros.
Se não houver comparação, quem você será?
Imagine o seguinte: Você está sozinho na Terra; toda a humanidade desapareceu.
O que você será? Inteligente ou tolo? Bonito ou feio? Um homem notável ou apenas um homem comum? O que você será?
Sozinho na Terra – toda a humanidade desapareceu – você será apenas você mesmo.
Não será capaz de dizer: “Eu sou isto ou aquilo”, pois você não será alguém, você será ninguém.
Deseje ardentemente o poder...
E o poder pelo qual o discípulo ansiará é aquele que, aos olhos dos homens o fará parecer nada.

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