Procure se manter silencioso, aberto,
sem conflitos internos, sem lutas – simplesmente uma presença... Uma respiração
suave... Presente no momento presente... Sem pensamentos, sem memórias, sem
desejos...
A mente é a noite da alma. Mas você
acredita nessa sua mente que não lhe dá nada a não ser promessas. Ela lhe dá
promessas, ela é maravilhosa nisso – em dar promessas.
E a mente nem mesmo é sua! Ela esteve
em muitas mãos, milhões de vezes. O que é novo na sua mente? Tudo nela é velho,
usado. O que é novo na sua mente? O que ela tem de original? Tudo nela é
emprestado. Quando um homem compra um carro usado, velho, antes fica pensando
milhões de vezes se deve adquiri-lo ou não. Mas você nunca pensa sobre o fato
de que a sua mente já foi usada por muitos – foi usada pelos seus pais,
professores, sacerdotes, políticos. Você nunca pensa que todos os seus
pensamentos são emprestados, velhos, tolos.
Entretanto, você continua acreditando
na mente porque ela aprendeu um truque, o truque das promessas. Ela vai
prometendo: “Eu lhe darei tudo. Você precisa de Deus? Eu lhe darei Deus, basta
você esperar. Faça isso e aquilo. Esforce-se, espere, reze e O darei a você”. Mas
sempre adia: “Amanhã acontecerá”. E o amanhã nunca vem – o amanhã não pode vir.
Tudo o que vem é sempre hoje. E tudo o que a mente faz é transferir todas as
coisas para amanhã. Ela lhe promete – no futuro. Se é o céu, se é Deus, se é a
liberdade que você quer – não importa -, ela sempre lhe promete: “no futuro”.
A meditação nunca lhe promete nada.
Ela simplesmente lhe dá o aqui e agora.
A mente sempre adia; ela diz: “Não
tenha pressa, nada pode lhe ser dado agora”. É necessário tempo. O caminho é
longo. Muito tem de ser feito e, a menos que você faça, como chegará? A mente
sempre separa os meios dos fins.
Mas na realidade, não há nenhuma
separação. Cada passo é a meta, cada
momento é o nirvana. O presente é tudo que existe. O futuro é o que há de mais
ilusório: é uma criação da mente. Mas você acredita na mente, e ela é
maravilhosa: ela nem mesmo o desencoraja!
Você não fica nem mesmo desencorajado
sobre a mente. Você continua ouvindo-a. A mente é a escuridão, a parte escura
de seu ser onde nenhuma luz entra. Ela é a noite.
Você não está suficientemente cansado
da mente? Então retire-se! A mente já não fez o suficiente? A mente já não
criou caos suficiente em você? Por que você está apegado a ela? Qual esperança,
qual promessa o mantém preso a ela? Ela tem enganado continuamente. Ela diz:
“Lá – naquela meta, naquela casa, naquela posse, naquele carro, naquela mulher,
naqueles bens – tudo está lá” – sua felicidade está lá!. Você então, caminha
pra lá e quando chega nada vem para as suas mãos, exceto frustração. Todas as
expectativas o conduzem à frustração. Todos os desejos, no fim, transformam-se
numa grande tristeza.
E essa mente continua prometendo,
prometendo, sem cumprir nenhuma promessa.
Esse é o problema. Você gostaria de
recusar a mente, ela nunca cumpriu nada, mas você tem medo. Você não pode viver
sem promessas, não pode viver sem esperanças.
Com a esperança você pode tolerar o
presente de algum modo – a esperança é uma anestesia. O presente é miserável,
doloroso; a esperança é alcoólica, é uma droga que o torna inconsciente o
bastante para que você seja capaz de tolerar o presente.
Esperança significa que aqui e agora
há descontentamento. Então, procure viver sem esperanças, sem expectativas,
viva cada momento com plenitude, atento, desperto e você terá se retirado da
mente.
Para um homem que conhece o interior
está na hora de sair do sono, de sair da sua mente, porque a mente é que é o
sono! Com os velhos padrões, com a rotina do seu dia a dia, acordar não é
necessário e você passa o dia dormindo acordado, realizando suas tarefas de
forma mecânica. Na verdade a luz sempre esteve acesa no seu interior... Ela
está aí, mas você continua olhando para fora, A Luz interior é a sua natureza,
sua própria vida. Não há necessidade de alguém oferecer qualquer vela para o
seu interior.
Assim lembre-se: todos aqueles que lhe
oferecem alguma coisa para o seu caminho, que lhe oferecem velas, estão dando
algo para o lado de fora.
As velas podem iluminar seu caminho no
mundo, mas nunca o Buda interior.
Então, saia da mente e penetre o seu espaço
interior...
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