Certa vez alguém disse a Osho...
Você nos orienta a sair da cabeça; a deixar a mente de lado,
mas... Como podemos sair de nossas cabeças? A força de vontade pode auxiliar?
Lao Tzu diz:
Um homem de
real virtude nunca sabe que é virtuoso. Um homem realmente moral nunca está
consciente de que é moral. Entretanto, um homem que está consciente de que é
moral tem a imoralidade escondida no fundo. Um homem que pensa ser bom, santo,
sábio, é um pecador – e ele sabe disso! É apenas para esconder o fato que ele
cria o oposto.
Perceba... No
fundo, a força de vontade é um tipo de impotência. Para escondermos o fato de
que somos impotentes, criamos a vontade. Criamos o oposto para iludir a nós
mesmos e aos outros
As pessoas
que se sentem tolas tentam mostrar que são sábias. Estão constantemente
conscientes que são tolas, então fazem de tudo para parecerem sábias. Do mesmo
modo, as pessoas feias, ou que se sentem feias, sempre tentam embelezar-se –
mesmo que seja só uma beleza pintada, apenas uma aparência, uma máscara. As
pessoas fracas sempre tentam parecer fortes. O oposto é criado; este é o único
meio de esconder a realidade interior.
E lembre-se:
você não pode sair da cabeça. Pode cortá-la – isto é fácil. Mas sair dela é
quase impossível, porque até mesmo esse conceito de sair faz parte dela.
A cabeça é
uma confusão, um caos. Assim, o que fazer? Como sair da cabeça¿
Apenas uma
coisa é possível: não crie nenhuma luta interior, não crie nenhum esforço para
sair, porque todo esforço é suicida. O que se pode fazer então? Simplesmente
observe.
Esteja dentro
e observe. Não tente sair – esteja dentro e observe.
E, se você
pode observar, nesses momentos de vigilância não haverá nenhuma cabeça. De
repente, você está além. Não fora – além. De repente, você estará pairando além
de si mesmo.
Existe uma estória Zen: Muito absurda, como todas as estórias Zen.
Mas elas têm de ser absurdas porque a vida é assim; elas retratam a vida como
ela é.
Um Mestre Zen
costumava dizer a seus discípulos: Há algum tempo, coloquei um ganso em uma
garrafa. Agora, o ganso cresceu e o gargalo é muito estreito para que ele possa
sair. A garrafa é muito preciosa e não quero quebrá-la, por isso estou agora
num impasse. Se o ganso não puder sair, ele morrerá. Posso quebrar a garrafa e
o ganso sairá, mas não quero quebra-la – ela é preciosa. E não quero matar o
ganso também. Assim, o que devo fazer?
Perceba...
Este é o problema! O ganso está na cabeça e o pescoço é muito estreito. Você
pode quebrar a cabeça, mas ela é preciosa. Ou pode deixar o ganso morrer, mas
isso também não deve acontecer – porque o ganso é você.
Este velho Mestre Zen continuava perguntando a seus discípulos, e
ele dizia: Encontre um jeito! – porque não há tempo.
Procure
entender... O ganso está fora – você está fora, você não é a mente! Você nunca
esteve dentro. A sensação de que está dentro é apenas um conceito falso.
Observe
apenas. Enquanto observa, o que acontece?
Simplesmente
feche seus olhos e observe os pensamentos... O que acontece? Os pensamentos
estão aí dentro, mas você não está. O observador sempre está além. O observador
sempre está no alto da montanha. Todas as coisas se movem ao redor, mas o
observador está além.
O observador
nunca está dentro, não pode nunca ser o de dentro – ele está sempre fora.
Observar significa estar fora. E você pode chamar este fenômeno de testemunho,
de percepção, de consciência, ou seja lá o que quiser, mas o segredo é:
observe!
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