Sinta-se como uma nuvem branca... Sem
identidade e sem forma... E, em tal estado, absorva-se no vazio...
Perceba... É impossível relacionar-se
com uma nuvem branca. A única possibilidade é unir-se a ela e permitir que ela
se una a você, mas relacionar-se é impossível. No relacionamento você permanece
à parte, no relacionamento, você continua manipulando.
E esta é uma das misérias da vida
humana – que mesmo no amor criamos relacionamento. E acabamos perdendo o amor.
O amor não deve ser um relacionamento.
É preciso tornar-se o amante ou o amado. Você deve tornar-se o outro e permitir
que o outro torne-se você. Deve haver uma fusão – só então os conflitos cessam.
Do contrário, o amor torna-se um conflito, uma luta.
Perceba... Quando você é, tenta
manipular, quer possuir, quer ser o mestre – então a exploração acontece. E o
outro é usado como um meio, não como um fim.
A mente humana não pode pensar além do
relacionamento, porque não podemos pensar em nós mesmos como se não
existíssemos.
Nós somos. E por mais que escondamos
isso, nós existimos. No íntimo, o ego permanece e continua a manipular. Mas
quando seu ego desaparece você se transforma na nuvem branca.
Perceba... Por muitas e muitas vidas,
você tem se relacionado com isto ou aquilo. E já sofreu o suficiente – já
sofreu mais que merece. E o sofrimento tem sido centrado nesse falso conceito
de relacionamento. Este conceito está errado: você tem que ser você mesmo e
estar relacionado. Com o relacionamento há tensão, conflito, violência,
agressão, e o inferno todo vêm.
Sartre disse em algum lugar: o inferno
é o outro. Mas, na verdade, o outro não é o inferno – o outro só é o outro
porque você é o ego. Quando você não é mais, o outro desaparece.
E sempre que isso acontece – entre um
homem e uma árvore, entre um homem e uma nuvem, entre um homem e uma mulher –
sempre que acontece de você não ser, o inferno desaparece. De repente, você é
transfigurado – você entra no paraíso.
A velha história bíblica é bela: Adão
e Eva foram expulsos do Jardim do Éden porque comeram o fruto proibido – o
fruto da Árvore do Conhecimento. Esta é uma das parábolas mais maravilhosas já
inventadas.
Por que era o fruto da Árvore do
Conhecimento proibido¿ Porque no momento em que o conhecimento aparece, o ego
surge. No momento em que você sabe que é, você cai.
Este é o pecado original. Ninguém
expulsou Adão e Eva do céu. No momento em que eles se conscientizaram de quem
eram, o Jardim do Éden desapareceu.
Para tais olhos, repletos de ego, o
Jardim não podia existir. Não que eles tivessem sido expulsos do Jardim – o
Jardim está aqui e agora. Está justamente ao seu redor. Sempre o segue, onde
quer que vá – mas você não pode vê-lo. Quando o ego não existe, você entra nele
novamente; o Jardim é revelado. Você nunca esteve fora dele.
Tente isso: sente-se sob uma árvore,
esqueça-se de si mesmo. Deixe que apenas a árvore exista. Isso aconteceu a Buda
sob a árvore Bodhi. Ele não era: nesse momento, tudo aconteceu. Apenas a árvore
Bodhi estava lá.
Encontre momentos em que você não
seja. E estes serão momentos em que será pela primeira vez de fato.
Assim, diz Osho, sou uma nuvem branca,
e, todo meu esforço é para torna-los nuvens brancas também, vagueando pelo céu.
Sem lugar para onde ir, sem lugar de onde vir. Apenas presentes no momento –
perfeitos.
Todo meu ensinamento resume-se nisto:
haja o que houver, aceite tudo tão totalmente que nada sobre para ser obtido. E
vocês se transformarão em nuvens brancas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante para mim. Deixe sua mensagem.