A vida é sempre incerta. Tudo que está
morto é certo, mas a vida é sempre incerta. Tudo que está morto é sólido, fixo,
sua natureza não pode ser mudada. Tudo que está vivo muda e se movimenta, é
fluido, flexível...
Quanto mais você se torna seguro, mais
está perdendo a vida.
Então, seja como uma criança, mas não
seja infantil. Ser criança é ser espontâneo. Uma criança é algo novo, fresco,
sem respostas, sem experiência acumulada – ela não tem memória. Ela age. Qualquer
coisa que passe em seu ser faz com que ela aja. A criança não é motivada, não
pensa nos resultados, não pensa no futuro. Ela é inocente.
Permita que a vida responda. Se alguém
lhe perguntar algo, observe se a mente está repetindo a mesma coisa, como um
velho hábito, se a resposta está vindo da memória ou se está vindo de você.
Todo mundo aborrece todo mundo porque
tudo é morto, emprestado, gasto, e cheira a morte. Nada é fresco. Você só
imita, copia o tempo todo.
Observe crianças brincando e você
sentirá um frescor. Por um momento você pode até esquecer de que está ficando
velho – ouça os pássaros, olhe as árvores e as flores e por um momento esqueça.
Aqui, não há mente. As flores desabrocham, os pássaros estão cantando; a
própria vida está aí e não existem teorias.
Mas as pessoas evitam a espontaneidade
porque ser espontâneo é perigoso – pois quando vem a raiva, ela vem mesmo. Mas
a mente diz: pense. Não fique com raiva, pode sair caro. Portanto, você sempre
pensa e joga sua raiva nos mais fracos que você. Não nos mais fortes.
Perceba... O amor pode acontecer, mas
não é permitido.
Você só pode ter uma atitude amorosa
para com sua esposa ou marido, mas a vida não sabe quem é sua esposa e quem não
é.
A vida é absolutamente amoral. Não
conhece moralidade. Você pode se apaixonar pela esposa ou marido de alguém,
pois a vida não conhece relacionamentos, nem instituições fixas.
Todas as instituições são feitas pelo
homem e isso é perigoso. Por isso a mente diz: pense antes. Ela não é sua
esposa, ele não é seu marido. Não olhe dessa maneira amorosa. Não sorria. É
assim que matamos a todos. Todos vivem numa instituição, não na vida.
Ouvi
contar...
Um homem telefonou para a mulher e
disse: Um amigo meu chegou e vou leva-lo para jantar em casa. A mulher gritou:
Você está louco? Você sabe muito bem que a cozinheira foi embora, os dentes do
bebê estão nascendo, e eu fiquei três dias com febre!
O homem replicou com muita calma: Sei
muito bem. É por isso que estou querendo leva-lo aí em casa. O tolo está
pensando em casar.
Perceba... A vida toda se tornou uma
instituição, um manicômio, onde os deveres têm de ser cumpridos, não o amor;
onde você tem de se comportar, não ser espontâneo; onde um padrão tem de ser
seguido, não a exuberância da vida. Por isso a mente pensa e decide tudo.
A mente criou a sociedade e a
sociedade criou a mente. Elas são interdependentes.
Precisamos renunciar a tudo que é
falso, renunciar a tudo que não é autêntico, renunciar a todas as respostas, mas
ser sensível, espontaneamente sensível. Não pensar nas razões, mas ser real. Isso
é difícil...
Há muito investimento na falsidade,
nas máscaras, nas caras, nos jogos.
Precisamos ser autênticos. Quaisquer
que sejam as consequências, você as aceitará e viverá no presente; nunca
sacrificará o presente pelo futuro Não irá esperar pelos resultados.
Esse momento será a totalidade do seu
ser...
Que texto lindo! Muito obrigada por partilhar isto com o mundo :)
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ResponderExcluirBem interessante o texto, a partir do momento que deixamos de ser criança nos tornamos prisioneiro de nossa mente
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