20 de ago. de 2013

Por uma intenção ardente II


Uma vez um missionário cristão foi até Osho e lhe perguntou: “Osho, o que você acha – por que Jesus foi crucificado”?
E Osho disse...

“Essa não é uma grande pergunta nem um problema complicado. É simples. Jesus foi crucificado porque seus discípulos não acreditaram nele”.
O missionário cristão não estava esperando por aquela resposta. Ele disse: “O que você quer dizer?”
E Osho disse: “Eles não puderam protegê-lo. Não puderam morrer por ele, não puderam defendê-lo, não puderam ser testemunhas para o mundo”.
Pense um pouco, cerca de cem discípulos: se eles estivessem prontos para morrer com ele na cruz, o mundo teria sido totalmente diferente. Teriam sido uma prova. Teriam dito: “Nós confiamos nesse homem. Nós confiamos nele em vida, nós confiamos nele na morte. Nós celebramos com ele, agora estamos prontos para morrer com ele”.
Todos eles simplesmente fugiram. No dia em que Jesus foi crucificado, não havia ninguém. Apenas um discípulo estava espreitando atrás da multidão: até mesmo ele disse três vezes: “Eu não sou um discípulo de Jesus”.
Quando Jesus foi retirado da cruz, apenas três mulheres estavam ali para retirá-lo. Uma prostituta estava ali – Maria Madalena estava lá -, mas onde estavam os discípulos, os apóstolos? Eles haviam fugido todos; eles estavam com medo. Sua dúvida surgiu, sua confiança não era total, sua entrega era falsa. Eles não puderam proteger aquele homem.
Tente perceber... Deus caminha muitas vezes na Terra sob uma forma visível, entretanto, você não pode aceita-lo; ele caminha em uma forma luminosa, mesmo assim, você não pode aceitá-lo porque ele tem de tomar a mesma forma que você. Porque você se condena, não pode aceitar Deus em um corpo. Mas essa é a única forma Dele existir – esse é o único modo para qualquer coisa existir.
Kabir está declarando que Deus é encontrado na carne, ele é tão real quanto você.

E o sutra continua...
Você está me procurando?
Seu ombro está contra o meu.
Você não me encontrará em santuários indianos,
Nem em sinagogas, nem em catedrais,
Não me encontrarás em pernas que se torcem ao redor do pescoço...
Nem comendo legumes...

Kabir diz: Você pode seguir praticando Yoga durante vidas e não encontrará Deus. E você pode ir a templos, mesquitas e igrejas, e eles darão conforto e consolo, mas o consolo também não vai ajudar.
Na realidade será destrutivo, porque todo consolo impede a intensidade de buscar e procurar. Perceba... Ninguém quer arriscar, ninguém quer pagar o preço. As pessoas querem uma religião barata, disponível para elas, assim, sempre que sentem fome de Deus podem ir ao templo e ao sacerdote e encontrar consolo: “Sim, eu fiz algo”.
Isso simplesmente apaga o fogo de sua busca; apaga o fogo. Todo consolo destrói seu desejo de buscar. Quando não há nenhum consolo, você terá que procurar, isso se tornará um desejo contínuo em você. O fogo crescerá e crescerá e inflamará todo seu ser.

E o sutra continua...
Nem comendo legumes você me encontrará...

Agora, essas são todas coisas estúpidas. Mas as pessoas querem algo medíocre para acreditar. Ora, há pessoas que pensam que alcançarão Deus se comerem apenas legumes, só vegetais e nada mais. Ser vegetariano é bom, mais humano, mais estético – mas não tem nada a ver com a busca por Deus.
E, lembre-se novamente, Kabir não está dizendo que ser vegetariano não é bom – ele era vegetariano -, mas esses são pontos irrelevantes. Você pode fazer exercícios de Yoga, pode ser vegetariano, bom, mas nada disso tem a ver com Deus. E, se você pensa que isso – Yoga, templos, catedrais, mesquitas e vegetarianismo – é suficiente, é tudo aquilo que uma pessoa pode fazer, então você é um prisioneiro.

Então você não sairá do lugar, então não haverá nenhuma revolução em sua vida; viverá na miséria e morrerá na miséria. E Deus estava muito perto, e apenas um toque, só uma experiência, um vislumbre, o teria transformado.

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