Relaxando seu corpo procure levar sua
atenção para a respiração – lenta, profunda e suave... Plenamente atento a sua
respiração suave e profunda comece a sair da superfície – pensamentos, sonhos,
desejos -, e aproxime-se do centro do seu ser.
O homem nasce com um centro, mas ele
permanece completamente esquecido dele. Se você não conhece seu centro, você
levará uma vida sem sentido, vazia, não chegando a lugar algum.
O centro é a ligação entre o homem e a
existência. Você tem raízes na existência. Cada momento você vive através
dessas raízes, mas essas raízes são subterrâneas. Exatamente como com qualquer
árvore, as raízes são subterrâneas; a árvore não está consciente de suas
próprias raízes.
Mas se você se torna consciente do seu
centro, sua vida se torna real; caso contrário, sua vida será simplesmente como
um sono profundo. E, a menos que você encontre suas raízes – seu centro -, este
universo permanece uma coisa alienígena, uma coisa estranha.
Sartre diz que o homem vive como se
tivesse sido atirado no mundo. Então, o medo, então, a ansiedade, então, a
angústia são resultado inevitável.
Um homem como um estrangeiro no
universo está fadado a sentir profunda ansiedade, apreensão, medo, angústia.
Toda a sua vida será apenas uma luta, uma batalha e uma batalha que está
destinada a ser um fracasso, porque você não pode vencer a existência. Você
pode vencer com a existência.
O universo cresce em muitas dimensões
– em árvores, em colinas, em estrelas, em planetas. O homem também é uma
dimensão de crescimento. O universo está se realizando através de muitas,
muitas dimensões.
Então, se você sente que está em casa,
que você é um crescimento, uma realização do potencial da própria existência –
como se a própria existência ganhasse consciência em você – se você realmente
sente dessa forma, o resultado é a bem aventurança.
A bem aventurança é o resultado de uma
unidade orgânica com o universo e a angústia o resultado de uma hostilidade.
Mas, a menos que você conheça o seu centro, você sentirá como se a vida tivesse
sido imposta a você.
Então, perceba... Quando uma criança
nasce, ela está enraizada no umbigo, no hara; ela vive através do hara. Olhe
para uma criança respirando – seu umbigo vai para cima e para baixo. Ela
respira com a barriga, ela vive com a barriga, não com a cabeça, não com o
coração. Mas, em pouco tempo ela terá que se afastar para longe dali.
Primeiro ela desenvolverá outro centro
– este é o centro do coração, o centro da emoção. Ela aprenderá a amar, ela
aprenderá a ser amada e outro centro será desenvolvido. O amor da mãe, o amor
do pai, da família, da sociedade – eles ajudam a desenvolver um centro.
Mas esse centro não é um centro real,
esse centro é um subproduto. Você não nasceu com ele. Assim, se ele não for
ajudado a crescer, ele não crescerá. Muitas pessoas estão sem o centro do amor.
Elas continuam falando sobre o amor, elas continuam acreditando que amam, mas
eles perderam o centro. Assim, como elas podem amar?
O amor é um crescimento difícil, muito
difícil. Mas, se o amor não está presente desde o começo para a criança, ela
própria nunca será capaz de amar.
É por isso que toda a humanidade vive
sem amor. A humanidade continua produzindo crianças, mas não sabe como lhes dar
um centro de amor. Ao contrário, quanto mais a sociedade se torna civilizada,
mais ela impõe ao ser um terceiro centro, que é o intelecto.
O umbigo é o centro original. A
criança nasce com ele. O segundo centro, o coração, é um subproduto. Se a
criança recebe amor, ela responde. O terceiro centro é a razão, o intelecto, a
cabeça. Educação, lógica e treinamento criam um terceiro centro; esse também é
um subproduto.
Mas nós vivemos no terceiro centro. O
segundo centro, o do coração, é quase ausente – ou mesmo que ele esteja
presente, então, ele não está funcionando ou funciona irregularmente. Mas o
terceiro centro, a cabeça, torna-se a força básica na vida, porque você precisa
dele para a razão, a lógica, o pensamento. Assim, todo mundo se torna mais cedo
ou mais tarde, orientado pela cabeça; você começa a viver na cabeça.
Cabeça. Coração e umbigo – esses são
os três centros. O centro do umbigo está no ser; o centro do coração está no
sentir; o centro da cabeça está no saber. O saber é o centro mais distante do
ser – o sentir está mais perto. E se você perde o centro do sentir fica mais
difícil criar uma ponte entre a razão e o ser. É por isso que uma pessoa amorosa
pode sentir o estar em casa no mundo mais facilmente do que uma pessoa que vive
através do intelecto.
O homem ocidental se sente
desenraizado, como que sem raízes. A razão é porque somente a cabeça se tornou
o centro. O coração não foi treinado, ele foi esquecido. E como atingir o hara – o centro do
umbigo novamente?
No sexo, algumas vezes você chega
perto do hara, porque, no sexo, a sua consciência se move para baixo novamente.
Descendo em direção ao sexo, você passa pelo hara, você o toca. Mas, para o
homem moderno, até mesmo isso se tornou impossível, porque, para o homem
moderno, até mesmo o sexo é uma questão cerebral, uma questão mental. Até mesmo
o sexo foi para a cabeça; pensa-se sobre ele. É por isso que existem tantos
filmes, tantas novelas, tanta literatura, pornografia e afins. O homem pesa em
sexo, mas o sexo é uma experiência; você não pode pensar sobre ele. E se você
começa a pensar sobre ele, será cada vez mais difícil experiência-lo, porque
ele não diz respeito a cabeça – a razão não é necessária.
Somente ao passar através do hara você
sente felicidade.
Na vida cotidiana, quando não há
perigo, você pensa primeiro; depois você age. No perigo, todo processo é
invertido; você age primeiro e, então, você pensa. Esse agir primeiro sem
pensar atira-o para o seu centro original – o hara.
Uma coisa é certa: sempre que você
sentir felicidade, você está mais perto do hara. Sempre que você passa perto do
centro original, você é preenchido com felicidade.
Muito interessante, vou fazer algumas reflexões sobre o tema é trabalhar mais o equilíbrio entre os centros.
ResponderExcluirIl faut juste sentir avec le coeur...
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