27 de out. de 2010

Deixe o amor ser a sua oração


E assim ele se afasta para muito longe do coração.
O excessivo treinamento da cabeça cortou todas as raízes do coração.
Há muitas pessoas que não sabem o que é o coração.
O coração está batendo, mas a energia não mais se move através dele.
Até mesmo quando amam essas pessoas pensam que amam.
Até mesmo o sentimento é via pensamento.
Mas, claro, isso tem de ser falso.
A lógica é manipulada; o amor é um acontecimento.
A lógica lhe dá a sensação de que vc é alguém; o amor lhe dá a sensação de que vc não é ninguém.

E desde muito cedo nossas raízes com o coração são cortadas.
Somos forçados em direção à cabeça e não se permite que nos movamos em direção ao coração.
É uma coisa da qual a humanidade tem sofrido há muito tempo, uma calamidade – o homem ainda não se tornou capaz de viver em amor.
Mas há razões para isso.
O amor é arriscado. Amar é mover-se para dentro do desconhecido, é mover-se para dentro do perigo.
Amar não é seguro. Não está dentro do seu domínio.
É imprevisível... Para onde o amor o levará ninguém sabe.
A pessoa vai se movendo na mais completa escuridão, mas perceba que as raízes somente crescem na escuridão...
Se as raízes de uma árvore ficarem com medo do escuro e não forem para o fundo, a árvore morrerá.
Elas têm de se mover dentro da escuridão.
O coração é a parte mais escura do seu ser.
É como a noite escura. É o seu próprio útero, a sua própria terra.
Mas as pessoas têm medo de se mover na escuridão.
Elas gostariam de permanecer sob a luz.
Pelo menos vc pode ver onde vc está e o que vai acontecer.
Quando vc se move no amor, vc não pode calcular as possibilidades, vc não pode calcular os resultados.
Para o amor, o futuro não existe somente o presente existe, vc não pode pensar nada sobre o momento seguinte.
No amor, nenhum planejamento é possível.

Ego, Religião, Culpa e Seriedade


Perceba que há pessoas que ficam perturbadas quando vc ri.
Elas gostariam de lhe ensinar que a vida não é uma brincadeira.
Essas pessoas estão doentes.
Elas perderam a vida e não querem que ninguém a desfrute.
Elas escolheram o ego, contra a vida.
Se vc escolher a vida, elas ficarão contra vc.
Elas irão reprimi-lo, irão condená-lo, criarão culpa em vc.
Nenhuma calamidade maior pode acontecer à humanidade do que esta que tem acontecido através das religiões.
Elas criaram uma consciência culposa.
Dessa forma, sempre que vc está desfrutando alguma coisa, em algum lugar lá no fundo, vc começa a se sentir culpado, como se estivesse fazendo algo errado.
Sempre que vc ri, nunca pode rir na totalidade porque, lá no fundo, algo vai puxando vc para trás.
Desde a mais tenra infância, sempre que vc esteve feliz havia uma pessoa para lhe ensinar que a vida não é só brincadeira.
Pare de rir! Fique sério! Quando é que vc vai amadurecer? Cresça! Já é o bastante! Abandone essa tolice de criança.
Sempre havia alguém por perto para lhe ensinar.
Mas eles perderam... Eles não puderam desfrutar.
Assim não podem permitir aos outros o desfrute.
É assim que de geração em geração, as doenças vão sendo transferidas.
Então, apodere-se de sua vida.
Veja que toda a existência está celebrando.
As árvores não estão sérias, os pássaros não estão sérios.
Os rios e oceanos são selvagens, e em todo lugar há alegria e deleite.
Observe a existência, ouça a existência e torne-se parte dela.
Então vc se torna um amante – porque o amor só pode existir com um profundo respeito pela alegria.
O amor não pode existir com uma mente séria.
Com uma mente séria, o acordo é com a lógica.a
Então não leve a vida muito a sério.
Seja sincero, mas não seja sério. Então, vc será verdadeiro.
Vc se tornará parte dessa grande brincadeira cósmica.

Ilusão


Yoga é a cessação dos movimentos da mente;
Nesse estado vc tem a oportunidade de observar a si mesmo...
Perceba que vivemos em profunda ilusão – A ilusão da esperança, do futuro, do amanhã...
O homem não consegue viver com o que é verdadeiro... Ele precisa de sonhos... Ele precisa de ilusões... Ele precisa de mentiras para viver.
Para trilhar o caminho do Yoga a mente tem que ser compreendida profundamente...
Perceba que até mesmo acordado vc pode estar sonhando
Vc pode estar olhando para mim, vc pode estar me ouvindo, mas uma corrente de pensamentos e sonhos vai passando dentro de vc;
Vc estará me ouvindo sem me ouvir absolutamente, porque a sua mente estará ocupada internamente.
Dia e noite a mente vai se movendo do não sonho para o sonho. Isso é um ritmo interno;
Com isso, o presente é quase sempre um inferno!
Vc fica esperando que algo vá acontecer, amanhã...
Um pensa em termos de riqueza, mas a riqueza está no futuro. Vc ficará rico, amanhã...
Outro pensa em termos de paraíso, e esse paraíso vai existir depois de sua morte, lá bem longe, no futuro.
Vc desperdiça todo o seu presente com o que não existe. Eis o que significa sonhar.
Vc não consegue ficar no momento presente...
Vc pode ficar no passado, porque novamente isso é sonhar – memórias, lembranças das coisas que não existem mais.
Ou vc pode ficar no futuro, que é uma projeção.
O futuro nada mais é do que o passado projetado novamente – mais colorido, mais belo, mais prazeroso.
Ou seja, vc continua criando algo do passado, porém mais refinado.
Ninguém está preparado para ver a realidade nua e crua.
Nossas supostas verdades não são nada mais que mentiras belas mentiras.
E essa mente não pode estar no caminho do Yoga, porque Yoga significa um caminho para revelar a verdade.
Yoga é um método para se chegar a uma mente não-sonhadora.
Significa que agora vc está pronto para não mais se mover no futuro, que vc está pronto para não viver na esperança, para não saltar adiante do seu ser.
Yoga significa encontrar-se com a realidade como ela é!
E a menos que esse momento chegue a vc...
Vc pode até continuar fazendo suas asanas, posturas... Isso, isoladamente, não é Yoga.
Yoga é uma virada para dentro. É uma meia volta completa.
Quando vc não está se movendo nem no futuro e nem no passado, vc começa a se mover para dentro de si mesmo.
Então, perceba... Vc está presente aqui e agora, vc pode entrar nessa realidade, mas lembre-se: A sua mente tem que estar de fora!

Cabeça x Coração


Observe onde a sua energia está fluindo nesse exato momento... Onde está a sua atenção? No coração?... Na cabeça?... Provavelmente na cabeça, viajando em pensamentos, memórias, sonhos, desejos...
Tente perceber que você foi ensinado a ser assim...
A sociedade, a civilização, a cultura, todas forçam a criança a ser mais lógica.
Elas tentam focar a energia delas na cabeça.
Uma vez que as energias estejam focadas na cabeça, torna-se muito difícil descer para o coração.
Na verdade, toda criança nasce com muita energia amorosa.
A criança é cheia de amor, de confiança.
Você já olhou nos olhos de uma criança pequena?
A criança ainda não aprendeu a duvidar.
Mas nós a ensinamos a dúvida, o ceticismo, a lógica.
Parecem ser medidas de segurança.
Nós ensinamos o medo, ensinamos a cautela, ensinamos a prudência, e toda essa coisa junta mata a possibilidade de amor.
Pouco a pouco, as pessoas aprendem a não acreditar, a não confiar, a permanecerem cronicamente em dúvida.
E isso ocorre tão vagarosamente, em doses tão pequenas, que você nunca está alerta para o que está acontecendo com você. E quando você percebe, é tarde demais.
Talvez ninguém possa enganá-lo, mas você enganou a si mesmo.
Você perdeu tudo aquilo que era valioso.
Então um fenômeno muito estranho acontece: você não pode amar pessoas, porque pessoas podem enganar.
E como há uma grande necessidade de amar, as pessoas vão buscando substitutos: alguém ama a sua casa, alguém ama o seu carro, alguém ama as suas roupas, alguém ama o seu dinheiro...
É claro, a casa não pode enganá-lo, o amor não corre risco. Você pode amar o carro – um carro é mais confiável do que uma pessoa real. Você pode amar o dinheiro.
Por que tantas pessoas amam coisas em vez de pessoas? E até mesmo quando amam uma pessoa, elas tentam reduzir a pessoa a uma coisa.
Se você ama uma mulher, você está de imediato, pronto para reduzi-la a determinado papel: o papel de esposa, mais previsível do que a realidade de uma amada.
Se você ama um homem, você está pronta para possuí-lo como uma coisa.
Você quer que ele seja seu marido, porque um amante é mais líquido, nunca se sabe... Um marido parece algo mais sólido.
Assim que as pessoas se apaixonam, elas estão prontas para o casamento – tal é o medo do amor.
E seja quem for que amemos, começamos a tentar controlar.
Esse é o conflito que permanece entre esposas e maridos, mães e filhos, irmãos e irmãs, amigos – quem vai possuir quem?
E isso significa: quem vai definir quem, quem vai reduzir quem a uma coisa? Quem será o senhor e quem será o escravo?
No momento em que você toma conhecimento de que é isso o que está acontecendo, mude o fluxo: faça todos os esforços para contatar novamente o coração.
Refaça o contato com o coração para desfazer o que foi feito a você pela sociedade.

Mente e possessividade



Observe os movimentos da sua mente...
Perceba que a cabeça se tornou tão dominante que não permite nenhuma espontaneidade.
Ela não permite ao coração pronunciar uma única palavra.
Ela forçou o coração a ficar completamente quieto.
Procure ouvir novamente o coração.
Comece a abandonar um pouco a lógica.
Você terá que correr alguns riscos, terá que viver perigosamente, terá que se mover em direção ao desconhecido.
Procure amar mais as pessoas e não coisas.
Esteja pronto para não possuir ninguém, porque no momento em que você possui, a pessoa deixa de existir.
Tente compreender isto tão profundamente quanto possível: no momento em que você se apaixona por alguém, imediatamente, todo o seu condicionamento começa a tentar possuir o outro.
Resista à tentação.
Sempre que você começa a possuir, está matando o amor.
Assim, ou você possui a pessoa, ou você ama a pessoa.
As duas coisas juntas não são possíveis.
Então fique alerta!
Um amante tem que abandonar toda a possessividade.
Resista toda a tentação de ser possessivo, porque essa tentação vem do ego.
O ego surge de um distúrbio, mas o ego tem sua própria lógica.
Ele diz que vc é importante, que você é o homem mais importante do mundo, e você tem de provar isso.
E todos nós estamos tentando fazer isso de uma maneira ou de outra – alguém possuindo mais dinheiro, alguém possuindo uma bela mulher, alguém possuindo prestígio, poder, alguém se tornando um artista, um poeta, alguém se tornando um grande santo.
Nós estamos tentando, de uma maneira ou de outra, provar nossa fantasia mais íntima, que nós somos a pessoa mais importante do mundo.
Ego simplesmente não existe junto com amor.
Entre no templo do amor, e você sempre entrará ali como um soberano.
Entre no mundo, no mundo das coisas, e você sempre entrará como um mendigo.
O mundo reduz todo mundo a mendigo.
O amor eleva todo mundo a imperador.
O amor é um fenômeno alquímico.
Mesmo que um único coração flua em direção a você, Deus chegará através desse coração.

A vida não é séria


Observe toda tensão em seu rosto e relaxe...
Perceba que o riso é uma das coisas mais reprimidas pela sociedade em todo mundo.
A sociedade quer que você seja sério.
Os pais querem que seus filhos sejam sérios, os professores querem que seus alunos sejam sérios, os patrões querem que seus empregados sejam sérios e os comandantes querem que seus soldados sejam sérios.
A seriedade é requerida por todo mundo.
O riso é perigoso e rebelde.
Quando o professor está lhe ensinando e você começa a rir, isso será tomado como um insulto.
Seus pais estão lhe dizendo alguma coisa e você começa a rir... Isso também será tomado como um insulto.
A seriedade é tomada como honra, respeito.
Naturalmente, o riso foi tão reprimido que, embora a vida seja hilariante, ninguém ri.
Se o seu riso for libertado de suas correntes, de seu cativeiro, você ficará surpreso – a cada passo existe algo engraçado acontecendo.
A vida não é séria, somente cemitérios são sérios, a morte é séria.
A vida é amor, a vida é riso, a vida é dança... A vida é música.
Mas teremos que dar uma nova orientação à vida.
O passado deformou a vida muito duramente... A repressão constante deixou você quase sério para o riso.
Se o riso for liberto do cativeiro, o mundo ficará cheio de riso.
A seriedade tornou-se quase parte dos nossos ossos e sangue e, por isso, você terá que fazer algum esforço para livrar-se da seriedade.
O riso precisa de grande aprendizado.
Ele é um grande remédio.
O riso pode curar muitas de suas tensões, ansiedades e preocupações.
Toda a energia pode fluir para o riso.
A seriedade é uma doença.
O riso tem uma tremenda beleza, leveza.
Ele lhe trará leveza e lhe dará asas para voar.
E a vida é tão repleta de oportunidades!
Você só precisa de sensibilidade.
Então crie chances para as outras pessoas rirem.
O riso deve ser uma das qualidades mais queridas, valorizadas pelos seres humanos, porque somente o homem pode rir; nenhum animal pode rir.
Como o riso é humano, ele deve ser da mais alta ordem.
Reprimi-lo é destruir uma qualidade humana.

Torne-se criança novamente


O espírito da brincadeira é uma das partes mais reprimidas do ser humano.
Todas as sociedades, culturas, civilizações, têm sido contra o espírito de brincadeira, porque a pessoa brincalhona nunca é séria.
E, a menos que uma pessoa seja séria, ela não será dominada, ela não se tornará ambiciosa, não será levada a desejar poder, dinheiro, prestígio.
A criança que existe dentro da pessoa nunca morre.
Não é que a criança morra quando você cresce.
A criança permanece.
Tudo o que você foi continua em você e permanecerá em você até a última respiração.
Mas a sociedade sempre tem medo das pessoas não sérias.
Pessoas não-sérias não serão ambiciosas por dinheiro ou poder político.
Elas irão desfrutar a existência.
Mas desfrutar a existência não pode preencher seu ego.
E o mundo todo do homem gira em torno da idéia do ego.
O espírito de brincadeira vai contra o ego – tente e verá.
Brinque com uma criança e você descobrirá que seu ego está desaparecendo, descobrirá que se tornou uma criança novamente.
Como a criança dentro de você foi reprimida, você reprimirá seus filhos.
Ninguém permite que seus filhos dancem e cantem e gritem e pulem.
Por razões triviais – talvez algo possa ser quebrado, talvez elas possam ter a roupa molhada na chuva se correrem lá fora.
Por essas pequeninas coisas, uma grande qualidade espiritual, o espírito de brincadeira, é completamente destruído.
A criança obediente é elogiada pelos pais, pelos professores, por todo mundo.
E a criança brincalhona é condenada.
A brincadeira dela pode ser absolutamente inofensiva, mas ela é condenada porque, há, potencialmente, um perigo de rebeldia.
Se a criança continuar crescendo com total liberdade para ser brincalhona, ela se tornará um rebelde.
Ela não será facilmente escravizada, ela não será facilmente colocada nos exércitos para destruir pessoas, ou para ser, ela mesma, destruída.
A criança rebelde se transformará num jovem rebelde.
 
Então, você não poderá lhe impor casamento... Então, você não poderá lhe impor uma determinada profissão... Então, a criança não poderá ser forçada a preencher os desejos e anseios não realizados dos pais.
O jovem rebelde seguirá em frente do seu próprio modo.
Ele viverá sua vida de acordo com seus desejos mais íntimos, e não de acordo com os ideais de outra pessoa.
O rebelde é basicamente natural. A criança obediente é quase morta. Por isso os pais ficam muito contentes, pois ela está sempre sob controle.
O homem está estranhamente doente: ele quer controlar as pessoas, pois controlando as pessoas seu ego é preenchido.
E ele próprio também quer ser controlado, porque, quando você é controlado, você não mais é responsável.
Por todas essas razões, o espírito de brincadeira é sufocado, esmagado desde cedo.
E assim, as pessoas ficam com medo do seu próprio espírito brincalhão, com medo de “perderem o controle”.
E lentamente, você começa a carregar uma criança morta dentro de você.
Essa criança morta dentro de você destrói o seu senso de humor: você não poe rir com totalidade, não pode brincar, não pode desfrutar pequenas coisas da vida.
Você se torna tão sério que sua vida, ao invés de se expandir, começa a se encolher.
Você não precisa carregar sua cruz nos ombros.
Abandone a cruz e aprenda a dançar, a cantar, a brincar.
A vida deve ser, a cada momento, uma preciosa celebração.
O que você cria não importa – podem ser apenas castelos de areia à beira mar, mas o que quer que você faça deve surgir da sua festa, da sua alegria.
Não deixe sua criança morrer.
Alimente sua criança e não tenha medo de que ela saia do controle.
Então, sorria!

A arte do coração



A maioria das pessoas está obcecada pela mente.
Nossa civilização tem uma fixação pela mente porque ela foi responsável por todos os avanços tecnológicos, e para nós isso resume tudo.
O que o coração pode dar?
Com certeza, nada high-tech, nada industrial ou capaz de gerar dinheiro.
Mas pode nos proporcionar alegria, celebração e também uma enorme sensibilidade para a beleza, a música e a poesia.
Além disso, é capaz de guiá-lo no mundo do amor e da oração, mas essas coisas não dão dinheiro.
Você não pode aumentar a sua conta bancária usando apenas o coração, nem lutar em grandes guerras, assim como não pode produzir bombas atômicas nem destruir as pessoas pelo coração.
O coração sabe criar, enquanto a mente é destrutiva e, infelizmente, nossa educação ficou presa à mente.
A menos que a raça humana atinja um equilíbrio entre o coração e a mente, continuaremos sofrendo.
À medida que nos tornamos mais centrados na mente e, por outro lado, cada vez mais alheios ao coração, nosso sofrimento tende a aumentar.
Somos responsáveis por criar um inferno na Terra e só pioramos essa situação.
O paraíso pertence ao coração.
Ainda assim, ninguém entende mais essa linguagem.
O coração foi completamente esquecido.
Somos capazes de compreender a lógica, não o amor.
Compreendemos a matemática, não a música.
Nós nos tornamos cada vez mais acostumados às coisas mundanas e ninguém parece ter coragem de trilhar os percursos do desconhecido, os labirintos do amor e do coração.
Entramos em sintonia com o mundo da prosa, e a poesia acabou se tornando insignificante.
O poeta morreu.
De um lado está o cientista – pronto para destruir toda a vida na terra.
Do outro lado, não muito distante, estão místicos como Buda, Jesus, Zaratrusta e Kabir.
Eles não têm poder algum, ao menos não no sentido que compreendemos o poder, mas são extremamente poderosos de uma forma totalmente diferente.
Infelizmente, nada mais abemos a respeito dessa linguagem.
Tudo que há de criativo no homem está sendo reduzido à produção cada vez maior de “coisas”.
A criatividade está perdendo seu apelo, e a produtividade se transforma no principal objetivo da vida.
Em vez de criatividade, valorizamos a produtividade: discutimos como produzir mais, mas esquecemos que isso nos proporciona apenas coisas, não valores.
As pessoas podem se tornar ricas exteriormente, mas continuam pobres, mendigas internamente.
A produção se preocupa apenas com a quantidade, enquanto a criação se preocupa com a qualidade.
Perceba que a produção não exige capacidade de criação, ela é medíocre: qualquer imbecil pode se dedicar a ela, basta aprender alguns truques básicos.
Quando falo em criatividade, estou me referindo  algo totalmente diferente.
Olhe o Taj Mahal ou outros Templos Indianos. Observe-os em uma noite de lua cheia e uma grande meditação surgirá dentro de você.
As grandes catedrais católicas representam a terra buscando alcançar o céu.
Basta observá-las e uma canção surgirá em seu coração, ou um grande silêncio o cercará.
Todos eles são milagres da criatividade.
O ser humano perdeu seu lado poético, seu impulso criativo.
Nós estamos demasiadamente interessados em produtos, em novidades eletrônicas, em produzir cada vez mais coisas.
É fundamental trazer de volta o coração e o amor à natureza.
Precisamos prestar mais atenção às rosas, às flores de lótus, às árvores, às rochas e aos rios.
Precisamos recomeçar a dialogar com as estrelas...

História Indiana: O buscador



Hoje começaremos com uma história Indiana...
Essa é a história de um Buscador Americano. Ele era um homem extremamente rico e, tendo de tudo, ficou entediado.
Assim, ele começou a procurar por algum sábio que pudesse lhe mostrar o caminho para encontrar o Real, um caminho para encontrar a Verdade absoluta.
E ele percorreu o mundo procurando, cansando-se.
Ao chegar na Índia, alguém lhe disse que nos Himalaias havia um homem muito velho e, se ele pudesse encontrá-lo talvez sua busca fosse preenchida.
O Americano era decidido, determinado.
A jornada até os Himalaias foi penosa, mas em farrapos, cansado ele conseguiu chegar lá e encontrou o velho sentado sob uma árvore.
O Americano caiu aos pés do velho e disse: “finalmente eu o encontrei. Disseram-me que era muito difícil chegar até aqui, e foi mais difícil do que eu pensava”.
“Assim, diga-me como posso encontrar paz, alegria e sabedoria”?
O velho olhou para ele e respondeu: “Você tem cigarros americanos aí com você”?
O homem não podia acreditar: Aquilo era o tipo correto de pergunta?
Mas apanhou os cigarros e o isqueiro e os deu ao velho.
O velho, então, começou a fumar, e o homem cansado, ficou olhando e pensando no que estaria acontecendo.
Então o homem perguntou: “e eu”?
O velho disse: espere, deixe-me terminar o cigarro...
Eu estava esperando alguém que me trouxesse um cigarro. Levou anos!
E o homem disse: “eu estou morrendo, cansado, e o senhor fica fumando os meus cigarros diante de mim!” “E eu estava pensando que o senhor fosse um iluminado!”
O velho disse: “está tudo certo”. “Eu sou iluminado, mas por ser iluminado não significa que eu não possa fumar um cigarro”. “Quem lhe disse isso”?
O homem respondeu: “Ninguém me disse, mas eu imaginava que cigarros fossem coisas de pessoas comuns”.
O velho disse: “Você pode ver agora, diante de você. Você é testemunha. Você viu um homem iluminado fumando um cigarro”.
E o homem continuou... “Eu não quero falar sobre isso. Simplesmente me diga, porque a vida é curta, cheia de sofrimentos, por que temos que morrer”...
“Estou muito cansado, então, diga-me o que tenho de fazer agora para encontrar paz, alegria e sabedoria”.
E o velho disse: “Agora volte para casa, descanse bastante e depois volte novamente. E, da próxima vez, não esqueça de trazer um charuto Havana, porque sem um charuto Havana eu não posso dizer a verdade para ninguém”.
O homem ficou chocado demais e disse: “Eu nunca ouvi... Eu li todas as escrituras, ouvi grandes sermões, e nunca ouvi dizer que um charuto Havana é necessário para que se possa dizer qualquer coisa em relação a se encontrar a verdade”.
E o velho disse: “Cada iluminado é único. Esta é a minha condição. Você decide se quer vir ou não. Como você acha que eu posso viver aqui? Você não é o único tolo que veio em busca de si mesmo, não é o único tolo que veio em busca de algo que está dentro de você mesmo!”
O homem ficou frustrado, mas enquanto voltava, pouco a pouco, começou a pensar nas palavras do velho mestre: “Vá para casa e descanse bastante”
Procure entender...
Onde é a casa? A casa é dentro de si mesmo. E como você pode encontrar a casa? Basta ter um estado de quietude mental, um estado relaxado, e você encontrará a casa.

Então perceba...
Primeiro você deve relaxar, descansar e aquietar a mente para que você possa penetrar o seu ser verdadeiro – para que você possa encontrar a casa, porque as paredes da sua casa não são a sua casa.
Se você puder compreender isso... Você não é o corpo... Seu corpo é apenas a parede da sua casa.
Sua mente também é a parede.
Por detrás do seu corpo e mente está a sua verdadeira casa... Sua própria fonte de vida.
Quando uma pessoa a encontra, ela percebe que esteve desnecessariamente, de cabeça para baixo (contorcendo seu corpo em exercícios de Yoga), jejuando, fazendo peregrinações em lugares santos, torturando-se nas montanhas, nos desertos, e o tempo todo ela estava carregando a verdade dentro de si mesma.
Quando uma pessoa encontra, dentro de si mesma toda paz, alegria e sabedoria, nada mais tem importância, pois ela simplesmente chegou em casa.
E nesse estado a vida passa a ser uma celebração, uma verdadeira celebração!

Despertar II


Procure perceber que toda a nossa idéia de vida está baseada na sobrevivência do mais ajustado, e o mais ajustado significa o mais forte.
Nossas crianças são educadas desde cedo com um espírito competitivo – ciúme, inveja...
Nós as fazemos lutar, brigar...
Assim, sejam quais forem os meios, ninguém se importa com os meios.
Você tem que atingir certo fim, você tem de provar seu valor.
Você tem de mostrar ao mundo que não é uma pessoa comum.
E a mente comum é total bem-aventurança, é um estado de beatitude, de profunda paz...
É por essa idéia de ter que provar que não somos seres comuns, e sim extraordinários, que o mundo está perdendo a alegria, a bem-aventurança, a graça divina – porque estamos levando todos à loucura.
Todo o nosso sistema educacional cria uma espécie de neurose, e quem quer que esteja a frente dessa neurose fica muito famoso.
Observe... As pessoas que se tornaram presidentes, as pessoas mundialmente famosas, gente poderosa... Se você olhar nas suas vidas, não encontrará nada mais que ansiedade, angústia, loucura.
Elas estão fervendo por dentro, de algum modo mantendo apenas uma máscara.
Esta competição é o grande álcool que está afetando a consciência humana.
Nós não podemos ver corretamente, porque estamos num estado de embriaguez.
E toda nossa vida está de cabeça para baixo, não há nenhuma surpresa nisso.
O próprio esforço para se tornar extraordinário é o esforço para se tornar insano.
Mas todos os Mestres que conheceram a Verdade afirmam que apenas ser comum é o bastante.
Ser absolutamente comum, viver uma vida comum, comer quando se sente fome, beber quando se tem sede, dormir quando se sente sono, ser jovem quando se é jovem, ser velho quando se é velho.
Mas as Verdades simples não atraem as pessoas neuróticas.
O que todos nós precisamos é nos tornarmos mais sensíveis e com menos ego.
E então acontece uma transcendência.
Então, a vida se torna muito simples, descomplicada, mas tremendamente misteriosa.
Neste estado não sobra nada. Não há nenhuma pergunta nenhuma dúvida.
Há apenas espaço, vasta claridade e céu infinito.
A pessoa fica absolutamente vazia de todos os conteúdos, como o céu, sem fronteiras, aberto por todos os lados, infinito.
Será simplesmente um espelho refletindo nada...
E tudo é silêncio... Toda dualidade acabou...
Passa a existir apenas uma testemunha silenciosa.
E nesse estado experimentamos o despertar espiritual.


Prática de Meditação

Tudo que você precisa neste momento é um estado de silêncio...
Silencie a mente e o corpo...
Mas esteja alerta, consciente, seja uma testemunha...
A iluminação é a descoberta de algo esquecido.
É uma lembrança, um reconhecimento.
E pode acontecer aqui...
À medida que você for capaz de colocar sua mente lógica de lado mais e mais, a qualquer momento... Nunca se sabe, é imprevisível.
E algo pode transpirar...
E subitamente tudo é luz.

Andando no fio da navalha



O ser humano é infinitamente capaz de se ajustar, e cada criança aprende a se ajustar a todas as espécies de coisas.
Basta olhar no seu próprio ser, a quantas superstições você foi capaz de se ajustar, quantas crenças estúpidas você está carregando.
E há momentos em que você se torna ciente dessa estupidez, mas esses momentos sadios você os põe de lado, porque eles são momentos perigosos.
De vez em quando a janela se abre, mas você as fecha rapidamente, pois surge o medo e você não quer mostrar sua sanidade a ninguém.
Somente de vez em quando surge uma pessoa sadia – um Buda, um Zarathustra, um Jesus.
E a coisa estranha é que essas pessoas sadias parecem loucas e os realmente loucos são os supostos sadios.
Em uma passagem Jesus disse: “A menos que você seja como uma criança, você não entrará no reino de Deus”.
O que ele está querendo dizer é que a menos que você se torne novamente sadio, sadio como toda criança é – inocente, autêntica, sem medo - você não entrará no reino de Deus.
Seja qual for a sociedade à qual você pertença, você já foi distorcido.
Você não é mais inocente, você já foi corrompido e envenenado – pelos sacerdotes, pelos políticos e pelos educadores.
O próprio medo faz parte da loucura, caso contrário, não há nada a temer.
A vida é um fluxo e você não pode manter nada extático.
Então, qual é o sentido de se ter medo de algo?
A pessoa deve apenas viver momento a momento, desfrutando seja o que estiver disponível.
O medo não lhe permite viver totalmente: ele sempre refreia.
Ele jamais permite a intensidade, a paixão, a totalidade, a inteireza – ele o mantém dividido.
Você ama uma pessoa e o seu amor é sem entusiasmo, porque você tem medo.
Quem sabe onde o amor vai parar... Aonde ele o conduzirá?
Você é sempre parcial e fragmentário, nada lhe dá a alegria que lhe poderia dar.
Mas o medo não vai adiantar.
O medo pode conduzi-lo cada vez mais e mais à loucura.
Ao invés de ficar com medo, torne-se sereno, calmo.
Abandone o estado de ebulição e torne-se um observador.
Uma vez que você aceite o fato de que a sociedade já o contaminou e o tornou insano, agora o trabalho a se fazer é o de como sair deste estado antinatural que a sociedade forçou em cima de você.
Observe... “O rapaz tem que ser forte, sarado, cabelo curtinho para se ajustar a sociedade, a mulher tem que usar silicone, tem que usar uma meia branca até o joelho na academia, do contrário ela não será aceita.”
“E assim, vamos deixando de ser nós mesmos para satisfazer a sociedade, vamos usando máscaras e fingindo que somos sadios.”
O mundo está virando um grande hospício.
E uma vez que você compreenda o mecanismo da loucura...
Por exemplo: a ambição é a raiz de tudo.
Tente compreender sua ambição – seu esforço para ser alguém no mundo... Para ser aceito...
E perceba que isso está te levando à loucura.
Seja um ninguém, e então, não há nenhum problema.
Abandone a ambição e comece a viver, porque a pessoa ambiciosa não pode viver: ela adia sempre.
Sua vida está sempre no amanhã – e o amanhã nunca vem.
A pessoa ambiciosa fatalmente será agressiva e violenta, e a pessoa violenta e agressiva fatalmente será louca.
A pessoa não-ambiciosa é pacífica, amorosa, compassiva.
A pessoa ambiciosa está sempre com pressa, correndo, indo em direção a algo que ela sente vagamente que está lá adiante, mas que ela nunca encontrará.
É como o horizonte: ele não existe, somente aparenta existir.
A pessoa não-ambiciosa vive aqui e agora, e ficar aqui e agora é ser são.
Estar totalmente neste momento é ser são. Sanidade significa um estado de paz, harmonia, alegria, bem-aventurança e bênção.

A porta vazia está escancarada I



O ser humano está absolutamente inconsciente do seu próprio ser.

Ele tenta saber de tudo, exceto do seu próprio ser.
Nós somos, mas nós não sabemos quem somos.
Nossos nomes nos enganam: eles nos dão uma certa sensação como se isso fosse o que nós somos.
Nossos corpos refletidos no espelho, nossos rostos refletidos nos olhos das pessoas vão nos dando uma certa idéia de nossa identidade.
E então, devagar, bem lentamente, vamos juntando todas essas informações e criando uma imagem de nós mesmos que é completamente falsa.
Este não é o modo de se conhecer.
A pessoa não pode se conhecer por se olhar no espelho, porque os espelhos podem apenas refletir o seu corpo – e você não é o corpo.
Você está no corpo, mas você não é o corpo.
Seu comportamento, seu caráter, suas ações podem apenas mostrar sua mente, mas não você.
A menos que você tome ciência da sua consciência, a menos que você se torne ciente da sua luz interior, você vai continuar vivendo nas ilusões...
Descobrir a si mesmo é muito difícil, é viajar sozinho até o seu próprio centro.
E se às vezes, por acidente, as pessoas ficam interessadas em saber sobre elas mesmas, elas imediatamente tornam-se vitimas das palavras – teorias, filosofias, ideologias... Vítimas das escrituras, das doutrinas, dos dogmas – perdidas na selva das palavras.
Perceba que palavras você pode acumular – você pode tornar-se um erudito, um grande erudito.
E de novo você estará numa nova espécie de ilusão, a ilusão que a informação cria.
Quanto mais informação você tem, mais você pensa que sabe.
A informação é pensada como sendo sinônimo de saber, mas não é. Saber é experienciar.
Você pode compreender apenas aquele tanto que você experienciou – a compreensão nunca vai além da sua experiência.
Por isso, podemos dizer que 99% dos supostos religiosos – santos, mahatmas – são apenas eruditos.
No que concerne às palavras, eles são muito astuciosos, mas se você olhar no fundo se seus olhos, você descobrirá simplesmente os mesmos estúpidos seres humanos. Nada mudou.
A questão é saber: Quem sou eu? É a partir daí que começa a verdadeira evolução.
E o mais belo método para se entrar no âmago mais profundo do seu ser é transformar a sua consciência e chegar a um ponto de repouso, de silêncio profundo, de profunda harmonia interior.

A porta vazia está escancarada II



O mestre Zen diz:
Todo mundo tem um Buda dentro de si, mas o Buda não é santo, não é inteiro.

Perceba... Nós vivemos em fragmentos. Um vive na cabeça, outro no coração, outro vive no corpo, outro vive em algum outro lugar. Um se aplica no dinheiro, outro no poder, outro em alguma outra viagem. Mas ninguém é íntegro (inteiro), plenamente consciente no que está fazendo, plenamente consciente no que está sendo.

As abelhas devem ter algo parecido com as mentes humanas, exatamente a mesma espécie de estupidez. As portas podem estar abertas, mas se uma abelha estiver dentro da sala, presa na sala...
Elas entram pela porta escancarada e querem sair pelo vidro da janela fechada. E quanto mais ela tenta, mais desesperada ela fica e começa a tentar passar pela parede, pelo teto, por qualquer lugar. E quanto mais ela tenta, mais desesperada ela fica, mas não há nenhum meio de se passar pelo teto, ou pela parede, ou pela janela fechada. E no desespero, na frustração, ela se torna cada vez mais e mais cega, medrosa e apavorada. Ela perde toda a inteligência.
E o mesmo está acontecendo com os seres humanos.

Se você está vivendo certo dilema, a primeira coisa, a saber, é como você entrou nele, ao invés de tentar sair dele. Sem fazer a pergunta mais fundamental e primária, você tornará as coisas piores.
E é isso o que as pessoas estão fazendo. Elas perguntam “como podemos sair da nossa raiva, da nossa avareza, do nosso apego, da nossa mesquinhez, como podemos sair da nossa possessividade, sair disso e daquilo”?
Mas essas mesmas pessoas não perguntam “como entramos nisso”? antes de tudo.
Toda a abordagem de Buda é esta: Primeiro veja como você entrou na raiva. Se você puder ver a entrada, a mesma porta é a saída... Não é preciso nenhuma outra porta. Mas sem estar consciente da entrada, se você tentar encontrar a saída, você não vai encontrar – você vai ficar cada vez mais desesperado. E é isso que as pessoas continuam fazendo.

Nas escrituras, o que você está procurando? Soluções. Você cria os problemas – e as soluções estão nas escrituras?! Por que você não olha para os problemas, você mesmo? Como você os cria? Por que você não observa quando está criando certo problema?
E você cria problemas todos os dias. Hoje mesmo, em algum momento do dia, você vai ficar com raiva de novo. Então veja como isso surge, veja como você entra nisso, perceba como isso se torna tão grande que você se perde...

Você está se comportando quase como uma abelha estúpida. As abelhas podem ser perdoadas, mas você não pode ser perdoado.

E a bela oportunidade surgiu porque uma abelha entrou no cômodo. Ora, a abelha entra pela porta aberta. Por onde ela entraria¿ Então perceba... Como foi que você entrou no mundo? Como é que você entra todos os dias no mundo, quando se levanta de manhã?
Alguma vez você já observou¿ - quando, no primeiro momento da manhã, você se torna consciente que o sono se foi, há uma brecha de alguns segundos, no qual a mente não existe – somente de alguns segundos. O sono não existe mais e o mundo ainda não começou a existir. A mente vai levar um pouco de tempo pra começar. Há uma brecha, um intervalo, por alguns segundos. Se você for suficientemente alerta, você será capaz de ver como você entra todos os dias no mundo. Qual é o seu primeiro pensamento? Você pode dizer qual foi o seu primeiro pensamento hoje? Você deve ter entrado, mas você não está absolutamente ciente.
Nós vivemos tão mecanicamente. Cada momento é uma oportunidade, mas nós vamos perdendo-a na nossa estupidez.

A coisa mais importante, sempre que você estiver num problema, não é começar a fazer algo imediatamente, caso contrário, você tornará o problema maior e pior. A coisa mais significativa é não fazer nada nesse momento, absolutamente. Simplesmente sente-se silenciosamente, relaxe, descanse... Fique num... Deixe ir! Ao invés de tentar descobrir o caminho, observe por onde você entrou, porque todo problema tem sua própria solução e cada pergunta tem sua própria resposta em si.
Se você for suficientemente atencioso, se você for suficientemente consciente, você será capaz de descobrir por onde você entrou na raiva, se você for suficientemente atencioso, você será capaz de descobrir por onde você entrou no ciúme, na possessividade, no apego, na mesquinhez... E nenhuma escritura irá ajudar.

Os sutras, as escrituras são boas enquanto vocês são crianças, mas chega um tempo em que você deve se tornar maduro o bastante para ir além da informação e começar a procurar pela transformação.
Mas Vivemos tão mecanicamente... E cada momento nos perdendo na nossa estupidez...
Por alguns instantes, observe a sua respiração... Não perca esta oportunidade... E encontre um espaço sagrado de silêncio...