4 de abr. de 2016

Entendeu?



Relaxe seu corpo, feche seus olhos, observe sua mente...
Por um momento, desprenda-se de toda informação, de todo o conhecimento emprestado que você vem acumulando ao longo de sua existência, desprenda-se de toda contaminação que você vem sendo exposto através das palavras, escrituras, dogma, doutrinas... E penetre um estado de inocência...

Inocência não é habilidade de conhecimento. O tolo está mais perto da experiência do que o homem de conhecimento. O homem de conhecimento está cheio de bobagem, de empréstimo. O tolo, pelo menos, está livre de qualquer conhecimento emprestado... Ele é ele mesmo.
E esta é a singularidade do Zen... Ele gostaria mais que você fosse um tolo do que um grande erudito. Porque essas pessoas que estão controlando toda a humanidade e seu passado destruíram toda a inocência do homem.

O Zen amaria um tolo, se ele for inocente, se puder dizer: “Eu não sei”. Não saber, apenas ser, é a conclusão do Zen. Saber é para a mente, não saber é do coração. E à medida que o seu não-saber vai mais fundo, ele alcança o seu verdadeiro ser.

Sócrates, nos últimos momentos de sua vida, disse a seus discípulos que “quando eu era jovem eu pensava que sabia muito. À medida que eu fiquei um pouco mais maduro, tornei-me consciente de que meu conhecimento era muito pequeno e a área de ignorância era tão grande!. Mas agora, antes de morrer, posso dizer a vocês que eu não sei nada absolutamente. Estou morrendo exatamente como uma criança, sem ranhuras”.

Este é o significado da afirmação de Kabir:
“Do modo que você me deu a vida, estou retornando a você, não deteriorado”.

A mesma inocência que pertence ao primeiro dia de sua vida deve permanecer pulsando dentro de você por toda a sua vida.
Então, pare de se incomodar com as palavras e venha para a realidade.
O Zen é para aqueles que são realmente ninguéns, que estão prontos para serem apenas um silêncio - Torne-se um ninguém – desprenda-se de seus títulos, de sua posição social e torne-se apenas um silêncio. Esse silêncio abre as portas para todos os esplendores que estão escondidos dentro de você.
A não ser que você se torne precisamente um bambu oco e o universo inteiro possa cantar através de você, você é apenas medíocre. Você é apenas um compositor de palavras, você não está nas mãos da existência, você tem medo. Fica se defendendo, fica numa viagem de ego... Todo mundo está.
Alguém está subindo escadas para alcançar o poder... Alguém está acumulando dinheiro... Alguém mais está escolhendo uma dimensão diferente. Mas o objetivo é o mesmo: que “eu devo ser reconhecido”.
Você não precisa ser reconhecido. Você tem de perceber a si mesmo, não ser reconhecido. Se o reconhecimento vem por si mesmo, é um outro caso; vem como uma sombra. Não é seu objetivo, ele o segue. Você não corre atrás dele.

Um cego pode dizer: “O sol está mantenho a luz em segredo”. Um surdo pode dizer: “Todos esses poetas que se reuniram aqui não estão recitando suas poesias”.
Perceba... Sua surdez, sua cegueira, sua inconsciência não fazem da existência um segredo. Ela está gritando de todas as estrelas, de cada pico de montanha, de cada flor, de milhares de maneiras.
Não é um segredo, você não tem de procurar por ele. Tem apenas de ficar dentro de si mesmo e ele está presente, pulsando na sua pulsação. Suas pulsações são as pulsações de todo o sistema de vida – são as pulsações da própria existência.
Este é todo o meu trabalho aqui.
Não tenho nenhuma filosofia para ensinar-lhes, e não tenho nenhum dogma, nenhum credo, nenhuma teologia, nenhuma religião. Não sou um pregador. Estou simplesmente tentando indicar que você é Isto.
Então não existe nenhum segredo. Tudo está aberto como o céu, é apenas você que está fechado.
O Pândita hindu pensa que a verdade está somente nas escrituras sânscritas; O papa e sacerdotes cristãos pensam que a verdade está somente na Bíblia, os muçulmanos acreditam somente no Alcorão.
Essa é a atitude de todas as religiões. As pessoas letradas têm um interesse particular em guardar segredos. E nas escrituras, não há nada Porque... Apenas olhe para aqueles eruditos: na vida deles, não há nada, nenhuma canção, nenhuma beleza, nenhuma dança, nenhuma risada. Eles são como madeira seca.
Você alguma vez já viu um Pândita dançando inocentemente¿ Um rabino, ou um papa¿ Eles sabem muito, mas não conhecem o espaço interior da inocência.


Não é um segredo. Torna-se um segredo se você está dormindo. Se você não entrar no seu próprio ser, a iluminação se torna um segredo. Ninguém pode impedi-lo de despertar, exceto você mesmo, e ninguém pode dar isso a você, exceto você mesmo.

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