Esse é um dos ensinamentos mais
básicos e secretos. Normalmente vivemos com base na inteligência, na esperteza
e na estratégia; não vivemos como crianças pequenas, inocentes. Nós planejamos,
protegemos, nos cercamos de todas as garantias possíveis – mas qual é o
resultado? Em última análise, o que acontece? Todas as garantias vão por água
abaixo, toda esperteza se revela estupidez – por fim a morte nos leva em bora.
O Tao diz que sua esperteza não vai
ajuda-lo, porque o que é a esperteza a não ser uma luta contra o Todo? Com quem
você é esperto – com a natureza, com a existência? Quem você pensa que está
enganando? - a fonte de onde você nasceu e a fonte para a qual você vai no final? A onda tenta enganar o oceano a folha tenta enganar a árvore, a nuvem tenta
enganar o céu? Quem você acha que está enganando? Com quem você está jogando?
Depois de entender isso, o homem se
torna inocente, deixe de lado a sua habilidade em enganar, deixa de lado suas
estratégias, e simplesmente aceita. Não há nenhuma outra maneira a não ser
aceitar a natureza como ela é, fluir com ela. Então, não há resistência, então
ela se torna como uma criança que acompanha seu pai, em profunda confiança.
“Não acredite em ninguém, não confie,
caso contrário você será enganado”! É isso o que cada pai, cada mãe, cada
escola, cada professor está ensinando. Essa é a sua aprendizagem. Em nome da
inteligência, você se torna astuto, desconfiado. E depois que um homem passa a
desconfiar, ele perde o contato com a fonte.
A inteligência real não é astuta, é
totalmente diferente. A inteligência real é olhar para as coisas. E sempre que
você olha para as coisas profundamente, vai saber que você é apenas uma onda,
que essa existência é o oceano e não há necessidade de se preocupar. A existência produziu você, ela vai cuidar de
você. Você não precisa se preocupar, não precisa planejar. E quando você não
estiver preocupado, pela primeira vez a vida começa. Pela primeira vez você se
sente livre de preocupações e a vida acontece a você.
Essa inteligência é religião. Essa
inteligência lhe dá mais confiança e, por fim, confiança total. Essa
inteligência leva você à natureza suprema, à aceitação.
Buda diz: “O que acontece, acontece –
nada mais é possível. Não peça que seja de outro modo; deixe acontecer, e
permita que a existência funcione”.
Sempre que você está descontente, com
raiva, o seu ser sofre “vazamentos” de energia. Sempre que deseja alguma coisa,
o seu ser se enche de buracos. Sempre que você está com ciúmes, cheio de ódio,
sexualidade, você perde energia. Por isso que os Budas nos ensinam a não ter
desejos, porque, sempre que você fica sem desejos, a sua energia não se move
para fora, ela se move dentro. Torna-se um círculo interno, um pilar de
energia.
Você é fraco, não porque os outros são
fortes; você é fraco, porque está cheio de tantos desejos. Você é derrotado
porque tem muitos vazamentos de energia.
Aceitação... Aceitação total significa
que não há desejo. O desejo surge da não aceitação. Você não pode aceitar uma
determinada situação, por isso surge o desejo. Você mora numa cabana e não
consegue aceitar; isto é demais para o ego, você quer um palácio. Você é uma
pessoa pobre, não porque mora numa cabana, não. Buda viveu embaixo de uma
árvore e você não poderia encontrar um homem mais rico. Sempre que há
descontentamento, há pobreza.
Quando surge o desejo e sua energia
começa a decair, você se torna fraco por causa do desejo, você se torna fraco
por causa da ansiedade. Sempre que você não deseja e está satisfeito, sempre
que nada está se movendo, quando todo seu ser está em quietude, você tem a
chave secreta para a vida eterna.
Se puder, olhe fundo para a
existência. De onde você veio Para onde você vai? Com quem você está lutando, e
por quê? Esses mesmos momentos que você está desperdiçando com a luta podem se
tornar extasiantes.
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