Procure soltar o seu corpo... O
relaxamento do corpo e da mente só acontece quando não há obrigações.
Então, procure se manter sem
expectativas, respirando suavemente...
Perceba que a beleza do corpo não está
no corpo, mas no hóspede. O corpo é um mero abrigo. Se você se esquece do
hóspede, acaba se entregando ao prazer. Se, ao contrário, você reconhece o hóspede,
então amar o corpo e celebrá-lo se torna parte da devoção.
Os orientais têm uma visão segundo a
qual o corpo não representa tudo: é apenas o começo. Você tem de entrar nele
para tomar conhecimento daquilo que foi personificado, daquilo que não é propriamente
o corpo.
Os orientais não fazem esforço nenhum
para aproveitar a vida, eles simplesmente tiram prazer da vida. Há neles um
mistério, um brilho do desconhecido.
Já os ocidentais procuram alimentos
naturais, massagens e práticas corporais, na tentativa de criar um significado
para suas vidas.
Os orientais, no entanto, alcançaram a
felicidade. Eles já a viram dentro de si mesmos. Eles descobriram que a
felicidade está lá por meio do amor e da meditação. Por isso, eles tratam o
corpo com carinho, porque é o corpo que nos leva aos mais profundos segredos.
A dimensão dos orientais é aqui e
agora; a dos ocidentais é em outro lugar – lá, depois; nunca aqui e agora. Os
orientais são relaxados; os ocidentais, tensos. O relaxamento aparece quando se
está permitindo algo, enquanto a tensão surge quando se está perseguindo algo.
Não por acaso, os ocidentais estão
sempre correndo atrás, tentando tirar algo da vida. Mas não conseguem nada,
pois o caminho não é esse. Você não pode conquistar a vida; tem de se entregar
a ela e ser corajoso o bastante para se deixar derrotar pela vida. No caso, a
derrota significa vitória, enquanto o esforço para ser vencedor se traduz em um
fracasso total e absoluto.
E há outro aspecto: o homem ocidental
é competitivo, leviano e ambicioso. Isso explica porque a cultura e tudo o mais
perderam a força, e o reinado do dinheiro se tornou o segmento mais importante
da realidade do Ocidente. Não é preciso saber nada sobre literatura antiga,
história, religião, filosofia. Nada! Se tiver um robusto saldo bancário, você é
uma pessoa importante.
Mesmo quem compra um Van Gogh ou um
Picasso não os compra por serem pintores consagrados. Não importa se o quadro
está pendurado de cabeça para baixo, até porque é difícil saber, especialmente
tratando-se de um Picasso. O que importa é mostrar que você tem dinheiro – o
homem ocidental tem a mente mais fútil do mundo.
Os ocidentais estão permanentemente
competindo. Os orientais, não. Eles dizem: “Não estamos preocupados com o que
os outros estão fazendo; só com quem somos. Não estamos preocupados com o que
os outros têm; só com o que temos”.
No instante em que percebemos que a
vida pode ser igualmente feliz sem muitas posses, então para que se incomodar
com elas¿
Outra diferença brutal entre Ocidente
e Oriente: onde termina a vida e onde começa a morte. Para os orientais, a
morte não é o fim da vida – muito pelo contrário. Já o homem ocidental tem
muito medo da morte. E por isso insiste em tentar qualquer caminho para
prolongar a vida.
Isso gera muita angústia e ansiedade.
Se você acredita que a morte é o fim de tudo, então viverá uma eterna correria
e busca. E como ninguém quer perder nada, tudo tem de ser feito às pressas
porque a morte está a caminho.
Os orientais vivem no corpo, amam o
corpo e celebram o corpo, mas sabem que dentro dele existe algo que sobreviverá
a todas as mortes. Eles conhecem o homem essencial. Sabem que nele existe algo
que é eterno, e que nem mesmo o tempo pode destruir. Foi por meio da meditação,
do amor e da oração que chegaram a essa percepção. Eles não têm medo da morte
porque sabem o que a vida é.
Esse é o entendimento no Oriente: não
há necessidade de ir a parte alguma. Mesmo que se passe a vida debaixo de uma
árvore, como o Buda. Foi o próprio Deus que veio ter com ele. Ele não ia a
parte alguma, estava simplesmente debaixo de sua árvore.
Tudo acontece quando você cria as
condições certas. A vida está pronta para acontecer – é só você permitir. A
maior barreira é a busca do homem ocidental, a correria em busca de experiências.
De um lado, a busca constante e
enlouquecida; de outro, a consciência de que tudo é inútil, de que a morte
terminará com tudo.
Ou seja: você continua a perseguir a
vida e a vida continua a perseguir você – mas o encontro nunca acontece.
Então, seja... Simplesmente seja, e
espere, e seja paciente.
Muito bom. È texto do Osho?
ResponderExcluirNamastê Flávio.
ResponderExcluirObrigado por sua participação.
Todos os textos deste Blog são de palestras do Osho que foram transformadas em livros.