"Já ouviu falar do pássaro
Que vive no sul?
Que vive no sul?
A
Fênix...
Um
pássaro mítico...
Que
jamais envelhece?”
Um mito chinês, bonito e carregado de grande significado.
O mito não é verdade, mas é mais verdadeiro do que qualquer verdade. Mito é
poesia, não descrição. Ele indica a verdade, não um evento no mundo exterior,
ele pertence ao interior.
“Um pássaro que vive no sul”...
A Índia é o sul da China. E na
verdade, a Índia é a fonte de todo mito, não existe um único mito em todo mundo
que não tenha surgido ali.
A ciência surgiu da mente grega, o
mito surgiu da mente indiana. E só existem duas maneiras de olhar o mundo: uma
é a ciência, a outra é a religião.
Se você olhar o mundo através da
ciência, verá que sua busca é por meio da análise, da matemática, da lógica.
Atenas, a mente grega, deu a ciência ao mundo.
A religião é um padrão totalmente
diferente de olhar o mundo. Ela olha o mundo através da poesia, através do
mito, através do amor.
As ficções lhe dão o núcleo mais
íntimo, elas não estão preocupadas com o fato exterior. Assim, a Índia não tem
história. Tem apenas o mito, puranas; nenhuma história, apenas mitologia.
Rama é um mito, Krsna é um mito, não
um fato histórico. Eles podem ter existido, mas também pode não ter; ninguém
pode provar a existência deles.
Mas a Índia não está preocupada se
Krsna e Rama são históricos. Eles são significativos, são uma grande poesia.
Estamos preocupados com o núcleo central, o centro da roda. A roda, que é a
história, continua em movimento, mas o centro da roda, nunca se move, é o mito.
Perceba... Rama nunca nasce e nunca
morre. Krsna nunca nasce e nunca morre. Eles estão sempre lá. O mito não está
preocupado com o tempo, ele está preocupado com a eternidade. Já a história
está sempre mudando.
E
o sutra continua...
“...
A Fênix, que nunca envelhece”.
Não existe no tempo – tudo muda no
tempo – e existe a eternidade. Nada muda na eternidade. A história pertence ao
tempo, o mito pertence à eternidade. A ciência pertence ao tempo, a religião
pertence ao não temporal, ao eterno.
Em você também, ambos existem – o
tempo e a eternidade. Na sua superfície, a roda, o tempo, você nasceu, você vai
morrer, mas isso é só na superfície. Você é jovem, você se tornará velho. Está
saudável, mas vai ficar doente. Mas isso é só na superfície, na roda da
história. No fundo, nesse exato momento, a eternidade existe em você, o
atemporal existe. Na eternidade, nada envelhece – a Fênix, o sul, a Índia, o
eterno. Onde nada envelhece, nada muda, tudo é imóvel. Esse sul está dentro de
você.
É por isso que eu continuo dizendo que
a Índia não faz parte da geografia, ela não faz parte da história, ela é parte
de um mapa interior. Ela é o interior. Ela existe em toda parte.
De onde quer que um homem venha, no
fundo, em si mesmo, ele chega à Índia. Essa é a razão para a atração eterna, o
magnetismo da Índia. Sempre que uma pessoa se sente desconfortável com sua
vida, ela segue em direção à Índia. Isso é apenas simbólico.
Se fizer um movimento físico, você não
vai encontrar a Índia. Um movimento diferente é necessário, quando você começa
a se mover a partir do exterior em direção ao interior, para o sul, para a
terra do mito, do imortal, “... A Fênix, que nunca envelhece”.
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