Chuang
Tzu Diz: “A inferioridade cria ambição”.
Perceba... Sempre que a mente sente o
complexo de inferioridade ela quer ser superior – surge o oposto. Quando se
sente feio, você tenta ser bonito. Se você é bonito, então não há esforço.
Uma pessoa feia está sempre tentando
esconder a feiura, sempre tentando ser bonita. Pelo menos o rosto, o rosto
pintado, as roupas, os enfeites – todos eles pertencem ao feio.
A feiura de alguma forma tem de ser
superada e você tem que criar o oposto para escondê-la, para escapar dela. Uma
pessoa verdadeiramente bonita não se preocupa, ela nem tem consciência de sua
beleza. E só uma beleza inconsciente é bonita.
Quando você sente que é inferior,
quando você se compara e vê que os outros são superiores a você, o que você
faz? O ego se sente magoado – você é inferior. Você simplesmente não pode
aceitar essa inferioridade, então quer enganar a si mesmo e aos outros.
Quando não estou em conflito com o ego
de ninguém, quando eu não tento ser superior, eu sou superior. Mas essa
superioridade não é oposta à inferioridade, é uma ausência da sensação de
inferioridade.
Então, podemos dizer que existem dois
tipos de superioridade. Num deles você simplesmente escondeu a inferioridade,
você está usando uma máscara – a inferioridade existe por trás da máscara.
Nesse caso, sua superioridade é apenas superficial; no fundo você permanece
inferior e, porque você continua sentindo inferioridade, você tem que usar essa
máscara de superioridade, de beleza; tem que dar um jeito de se exibir, tem que
ter uma imagem falsa. Esse é um tipo de superioridade, mas não é verdadeiro.
Existe outro tipo de superioridade, e
essa superioridade é ausência de inferioridade, não é oposta a ela. Você
simplesmente não se compara. Se você não se compara, como pode ser inferior?
Veja, se você é um ser único na Terra, a quem você vai ser inferior? Com quem
vai se comparar? Em relação a que? Você não vai ser nem superior nem inferior –
e digo que essa é a superioridade da alma. Ela nunca se compara. Compare e
surge a inferioridade. Não se compara, e você simplesmente é – único.
Quando você compara você perde; então
você sempre vai olhar para os outros. E não existem duas pessoas iguais; elas
não podem ser iguais.
Cada indivíduo é único e cada
indivíduo é superior, mas essa superioridade não é comparável. Você é superior
porque não pode ser outra coisa. Superioridade é apenas a sua natureza. A
árvore é superior, a rocha também é superior, porque toda a existência é
divina. Como alguma coisa pode ser inferior aqui?
É a existência transbordando em
milhões de formas. Num lugar a existência tornou-se uma árvore, em outro lugar
a existência tornou-se uma rocha, em outro lugar a existência tornou-se um
pássaro, em outro lugar a existência tornou-se você.
Apenas a divindade existe; portanto
não existe comparação.
Procure, então, vivenciar a sua
singularidade, vivencie a sua divindade, e por meio de sua vivência da
divindade você perceberá a divindade de tudo.
Nesse estado, você já não tem mais
ambição; você não tem que provar nada, você já está provado, você não tem nada
a declarar. Seu próprio ser é a prova. Você é... Basta! Nada mais é necessário.
Buda diz: “Não seja ambicioso, porque
através da ambição você sempre será inferior. Seja não ambicioso e atinja a
superioridade intrínseca. Ela é sua natureza, não é nada que precise ser
provado ou alcançado; você já a tem, você a conquistou”.
Na verdade, você não sabe quem você é
– por isso tanto esforço para descobrir sua identidade, na tentativa de provar
que você é superior aos outros. Você não sabe quem você é.
Depois que você sabe, então não há
problema. Você já é superior. E não é só você que é superior – tudo é superior.
Toda a existência é superior, nada é inferior, porque a existência é uma só.
Assim, nem o inferior nem o superior
podem existir. E a mente não ambiciosa acaba percebendo isso.
Olha, não costumo comentar em blogs. Mas esse artigo é algo fantástico!!! Resolveu todas minha dúvidas com relação a comparação. Obrigado _/\_
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