22 de out. de 2012

Técnicas para colocá-lo à vontade

O Louco por Gibran Khalil Gibran

Consciente de sua respiração mova-se para o seu centro...
O homem tem um centro, mas ele vive afastado dele – afastado do centro. E isso cria uma tensão interna, uma angústia. Você não está onde deveria estar; você não está em seu equilíbrio correto – e essa é a base de toda tensão mental.
Se a tensão mental se torna demasiada, você fica louco. Um louco é alguém que saiu de si mesmo completamente. O iluminado está sempre centrado em si mesmo.
E onde você se encontra? Você está exatamente no meio. Você não saiu completamente de si mesmo e você não está em seu centro tampouco. Você se move no intervalo.
Algumas vezes você se move para muito longe – na raiva, no sexo -, em qualquer coisa na qual você tenha se movido para bem distante de si mesmo, você fica temporariamente louco.
Então não há diferença entre você e o louco. A diferença é somente que ele está permanentemente lá, e você fica lá temporariamente. Você voltará.
Algumas vezes você toca a loucura - na raiva, por exemplo -, e algumas vezes, quando você está relaxado, totalmente à vontade, você toca o seu centro também. Esses são os momentos de bem aventurança.
Nós continuamos nos movendo entre esses dois, mas esse movimento é perigoso. Se você constantemente se move da loucura para o centramento em si mesmo, você não pode criar uma autoimagem fixa. Assim, você não sabe quem você é.
O homem normal é realmente um homem morto, vivendo entre dois pontos. Naturalmente, a sua angústia é grande, a sua tensão é muita. Eles têm que viver entre dois mundos, constantemente mudando a si mesmos.
Já aqueles que atingiram o seu lar como um Buda, um Cristo, um Krishna, estão totalmente relaxados. Em sua consciência, não há tensão, nenhum esforço, nenhum desejo – não há o tornar-se! E eles estão à vontade em seus seres. O que quer que eles sejam, eles estão à vontade com isso. Eles não querem mudar, não querem ir a lugar algum. Eles não têm futuro. Este exato momento é a eternidade para eles...
Um Buda (Ser desperto) vive nesse exato momento. Ele não projeta sua vida no futuro. Quando o futuro chegar ele chega como presente. É sempre hoje, é sempre agora.
Se não há nenhum tornar-se, não há tensão. Tensão significa que você quer ser uma outra coisa que você não é – você é pobre e quer ser rico; você é feio e quer ser bonito; ou você é estúpido e quer ser um homem sábio.
O que quer que você seja, você não está contente com isso. A mente sempre se move sem parar. O que quer que você conquiste, se torna inútil. No momento em que você conquista, aquilo torna-se inútil – isso é desejo.
Você se move de uma vida para outra, de um mundo para outro e isso vai indo assim. Não há um fim para isso, não há um fim para o desejo, o desejar. Mas se você aceitasse totalmente o que quer que você seja – feio ou belo, sábio ou estúpido, rico ou pobre – o que quer que você seja, se você aceitar em sua totalidade, o tornar-se cessa.
Então, não há tensão, então não há angústia...
Em um polo totalmente oposto, está o louco. Ele não tem nenhum ser, ele é apenas um tornar-se. Ele esqueceu o que ele é. Ele não vive aqui e agora, ele vive em algum outro lugar. É por isso que ele parece maluco para nós, louco, porque ele vive no mundo dos sonhos dele.
Ele esqueceu completamente sua realidade aqui e agora.
Um Buda (Ser desperto) vive, nesse exato momento, no ser, e o louco é exatamente o oposto. Ele nunca vive no aqui e agora, no ser, mas sempre no tornar-se – em algum lugar no horizonte.
Assim lembre-se: você está no meio. Você é ambos, misturados; você tem loucuras, você tem momentos de iluminação, mas ambos estão misturados.
Não permita que sua mente crie um padrão. Não permita à sua mente criar um padrão de expectativa; não permita a mente se mover para o futuro. Então, sua esposa será nova todo dia; seu marido será novo todo dia, seu amigo será novo todo dia. E tudo é novo no mundo, exceto a mente. A mente é sempre a única coisa que é velha. Ela é sempre velha.
O Sol nasce novo a cada dia; a Lua nasce nova; o dia, a noite, as flores, as árvores... Tudo é novo, exceto a sua mente. Sua mente é sempre velha – lembre-se, sempre – porque a mente precisa do passado, da experiência acumulada, da experiência projetada. A mente precisa do passado e a vida precisa do presente.
A vida é sempre bem aventurada – a mente não é nunca. Sempre que você permite sua mente chegar, a miséria se manifesta.
Então, o que fazer? Como estar em um estado relaxado continuamente? Como permanecer no ser? Como não se mover para o tornar-se? Isso é difícil, mas essas técnicas podem ajudar. Essas técnicas simples o jogarão para si mesmo. Então, simplesmente relaxe e observe a sua respiração.

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