24 de jun. de 2011

O desabrochar da meditação


A meditação não é um método indiano e nem é apenas uma técnica. Não é possível "aprendê-la". A meditação é um crescimento: um crescimento de sua vida, de todo o seu viver.
A meditação não é algo que possa ser acrescentado ao seu estado atual: você só pode chegar até ela por meio de uma transformação radical, de uma mutação. É um desabrochar, um amadurecimento.
O crescimento sempre se dá a partir do todo, não é um acréscimo. Como o amor, a meditação não pode ser acrescentada a você. Ela se desenvolve a partir de você, da sua totalidade. Você precisa evoluir em direção a ela.


O grande silêncio
O silêncio é geralmente entendido como algo negativo e vazio, uma ausência de sons. Esse engano prevalece porque pouquíssimas pessoas sentiram o silêncio.
Tudo o que as pessoas perceberam como silêncio é ausência de ruído. Mas ele é algo muito diferente, é totalmente positivo. Faz parte da existência, não é vazio. Transborda com uma música que nunca se ouviu antes, com uma fragrância pouco conhecida e uma luz que só pode ser vista pelo olhar interior.
O silêncio não é algo fictício: é uma realidade que já está presente em todos nós - mas nunca olhamos para dentro.
O seu mundo interior tem sabor, fragrância e luz próprios. É total e eternamente silencioso. Nunca houve nem nunca haverá nenhum ruído. Nenhuma palavra pode chegar lá, mas você pode.
O centro do seu ser é o centro de um ciclone. Tudo que acontece ao redor não o afeta. Ele é o silêncio eterno: dias e anos vem e vão, eras passam. As vidas transcorrem, mas o silêncio eterno do seu ser permanece imutável: a mesma música sem som, a mesma fragrância divina, a mesma transcendência em relação a tudo o que é mortal e momentâneo.
Ele não é o seu silêncio.
Você é ele!
Não é algo que você possua, mas algo que possui você e nisso reside a grandeza dele. Nem mesmo você está ali, porque até a sua presença já seria uma perturbação.
O silêncio é tão profundo que não há ninguém dentro dele. E esse silêncio lhe traz a verdade, o amor e milhares de outras bênçãos.

Amor, a fragrância da meditação
Se começar a meditar, cedo ou tarde você descobrirá o amor. Se meditar profundamente cedo ou tarde começará a sentir surgir um enorme amor, um amor que nunca sentiu antes - uma nova virtude para o seu ser, uma nova porta aberta. Você terá se tornado uma chama e desejará compartilhar.
Se amar profundamente, logo se dará conta de que o seu amor está ficando cada vez mais contemplativo. O silêncio passa a ser uma característica sutil dentro de seu ser. Os pensamentos desaparecem e dão lugar a intervalos... silêncios! Você começa a tocar as suas profundezas.

Desejamos um amor que nasça da meditação, não da mente.
Esse amor é o amor de que sempre falo.

Compaixão
Buda definiu compaixão como "amor mais meditação". Quando o seu amor não é só um desejo pelo outro ou uma necessidade, quando é algo a ser compartilhado, quando não é como o de um mendigo, mas como o de um imperador, quando não pede nada em troca mas está sempre pronto a dar, então acrescente a meditação, e a fragrância pura será liberada. O sexo é animal e físico, o amor é humano e psicológico, a compaixão é divina e espiritual.

Fonte: Livro "Primeira e última liberdade" por Osho (ed. sextante)

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