26 de out. de 2010

Tao


Um Mestre Zen vive na vida comum, exatamente como todo mundo, mas vive de um modo extraordinário, com uma visão totalmente nova, com tremenda sensibilidade, com consciência alerta, observação e estado meditativo.
Esteja onde quer que você esteja, mas esteja de modo novo.
E qual é esse novo modo?
Seja não-competitivo.
Ser competitivo é ser mundano.
Não é uma questão de se viver no mundo ou de ir para as montanhas.
Você poderá ir para as cavernas e lá haverá outros santos vivendo em outras cavernas e haverá competição.
Então, eles estarão falando sobre quem tem mais poderes, quem pode jejuar mais, quem pode se deitar numa cama de pregos, quem é mais santo.
O Zen tem uma abordagem diferente. Ele diz: Esteja na vida – a vida não é errada.
Se algo está errado, está errado na sua visão.
Seu espelho da consciência está empoeirado.
Limpe-o! Crie mais claridade.
Se a ambição e a competição desaparecerem, então, não sobra nada no mundo.
Mas como a ambição e a competição podem desaparecer?
Nós continuamos criando novos meios.
Alguém está tentando ter mais dinheiro do que você e outro está tentando ter mais virtudes do que você.
Qual é a diferença?
Alguém está tentando ser mais instruído do que você, outro está tentando ter mais caráter do que você.
É o mesmo desejo, o mesmo sonho, a mesma sonolência.
E as pessoas continuam nos seus sonhos.
Os sonhos mudam, mas as pessoas nunca acordam.
E você continua caindo neste ou naquele sonho, e continua perdendo-se na escuridão.
A questão é de acordar, não de mudar de sonhos, não de criar um novo sonho no lugar do velho.
Estão todos dormindo de modos diferentes, em diferentes posições, sonhando diferentes sonhos.
Você pode trocar a Bíblia pelo Gita ou o Alcorão, mas você é a mesma pessoa.
A menos que sua consciência passe por uma radical transformação, nada muda.
Você permanecerá mecânico, sua vida continuará a ser mecânica.
As pessoas vivem através dos hábitos, não através da consciência – as pessoas vivem mecanicamente.
A questão é como essa mecanicidade pode ser abandonada.
A questão é muito mais profunda do que os sintomas externos... As raízes têm que ser mudadas.

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