30 de out. de 2010

Seja um celebrante


Observe se vc anda levando sua vida muito a sério...
A seriedade cria tristeza em você e a tristeza é o solo necessário para o ego.
Então, celebre a vida.
A pessoa verdadeiramente religiosa tem de ser uma celebrante.
Olhe ao redor... Olhe para as árvores... Olhe para os pássaros... Olhe para as flores...
A existência é uma eterna celebração, é uma festividade.
Somente o homem é sério, pois ele tem tentado criar uma separação entre ele e a existência...
Ele quer sua própria identidade, seu próprio nome, sua própria forma.
O ego quer ser o primeiro, o ego quer por todo mundo abaixo dele, daí se levar tão a sério.
O homem exige perfeição, mas ninguém é perfeito.
Ninguém pode existir por um único momento se for perfeito.
Se vc é perfeito vc está parado, não há mais a possibilidade de crescimento, evolução, de movimento...
O ego exige perfeição da própria pessoa e pede pelo impossível.
Ele não é feliz com o comum, ele quer o extraordinário, mas a vida consiste somente do comum.
O comum é belo, o comum é delicado.
Não há nenhuma necessidade de nada extraordinário.
A vida comum é sagrada, mas o ego a condena como mundana.
Daí as religiões continuarem a inventar histórias sobre seus fundadores...
Moisés separando o mar... Jesus andando sobre a água.
Histórias criadas por seus seguidores só para provar que seus mestres são extraordinários... Que eles não são seres humanos comuns...
Vc não pode descobrir seres humanos mais comuns do que um Buda, um Jesus, um Mahavira.
Eles são tão simples.
Eles se aceitaram a si mesmos como eram...
Eles não almejavam nenhuma perfeição.
Eles foram pessoas belas, e a beleza deles consistia em terem aceitado o comum como extraordinário, o mundano como sagrado.
Todo mundo leva a si mesmo e aos outros seriamente...
E esse é o jeito do ego existir.
Comece a ser um pouco mais brincalhão e vc verá o ego evaporando.
Então passe a levar a vida como uma piada cósmica e ria um pouco mais.

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